Recado da redação
Para fazer a reportagem de capa desta edição, fomos atrás de um tema pouco explorado quando se fala de formas de transporte: mobilidade a pé. Na Apartes, já tratamos de locomoção por transporte público, aplicativos de carona paga, bicicleta e até barco. Mas pela primeira vez exploramos a forma mais primitiva de deslocamento humano.
O jornalista Fausto Salvadori selecionou as leis e projetos da Casa a respeito do tema e conversou com integrantes de organizações não-governamentais que nos últimos anos vêm tentando redescobrir e incentivar o andar a pé na capital. O próprio repórter participou de uma experiência com um desses grupos e conta o resultado em Sonhando com os pés no chão.
No perfil, temos a história de um homem que sonhou ser piloto da Força Aérea Brasileira, mas seguiu pelo caminho da vida pública até chegar a ministro do Superior Tribunal Militar. Na matéria Um juiz bom de mira, Flavio Bierrenbach conta sua história, que inclui passagem pela Câmara Municipal de São Paulo.
Outro personagem desta edição é Guilherme de Almeida, que dá nome a um prêmio institucional da Casa em reconhecimento a personalidades ligadas à cultura e cuja primeira edição ocorreu no ano passado. Guilherme é figura histórica. Artista completo e jornalista, foi integrante da Semana de Arte Moderna de 1922, parceiro de Villa-Lobos, membro das academias Paulista e Brasileira de Letras e comandou a comissão responsável por celebrar o quarto centenário paulistano, em 1954. É, também, coautor do brasão da cidade de São Paulo.
Na entrevista, batemos um papo com um artista da atualidade: Rico Dalasam, rapper negro e gay que nos contou como lida com o preconceito desde a infância (“estudei num colégio particular, onde todos os alunos eram brancos”) e como encontrou no rap um “irmão” com quem pôde dividir suas angústias e desabafar: “era, às vezes, a única pessoa que eu queria ouvir, a única pessoa com quem eu queria falar”.