Por dentro das edificações
Câmara e paulistanos atuarão em conjunto para aprovar um Código de Obras com regras mais simples
Gisele Machado | gisele@saopaulo.sp.leg.br
Colaborou Karine Seimoha, aluna do curso Repórter do Futuro

Foto: Equipe de Eventos/CMSP
A proposta de um novo Código de Obras e Edificações (COE), complemento da Lei de Zoneamento e uma das principais leis urbanísticas da cidade, foi enviada pela Prefeitura à Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) e será debatida pelos paulistanos.
Enquanto a Lei de Zoneamento prevê regras como o porte máximo das construções, o COE vale para os espaços internos de lotes e construções. Determina, por exemplo, quantos banheiros deve ter uma casa de shows ou uma escola, e quais são as condições de segurança e acessibilidade adequadas a cada unidade.
O novo Código de Obras está delineado no Projeto de Lei (PL) 466/2015, entregue aos vereadores no dia 3 de setembro. As diretrizes se aplicam a reformas e a novas edificações.
Na avaliação dos consultores técnicos em arquitetura da CMSP Carlos Morinaga e Pedro Campones, a principal intenção do PL 466 é simplificar e agilizar o licenciamento e a fiscalização das obras. “A lei em vigor (11.228/1992) tem um anexo enorme, com aspectos técnicos sobre procedimentos de licenciamento e documentação necessária, que já estão embutidos no corpo deste projeto, bem mais enxuto”, explica Morinaga.

Foto: Fábio Lazzari/CMSP
Uma das modificações do texto enviado pelo Executivo refere-se à dispensa de licença da Prefeitura para intervenções de baixo impacto urbanístico, como construções de muro de divisa e obras complementares com até 30 m². Outra inovação é a possibilidade de pedir o licenciamento por meio de um projeto simplificado, assinado por engenheiro ou arquiteto – o que torna desnecessário o detalhamento de divisões internas dos ambientes. A adequação do espaço interno às normas e leis passa a ser de responsabilidade exclusiva do técnico que assina o projeto, sem depender dos profissionais da Prefeitura.
O PL do novo Código de Obras passará por um processo de consulta popular, em audiências públicas, e pode sofrer alterações durante a tramitação pela Câmara. O documento foi submetido à análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para verificação de legalidade, e depois seguiu para a Comissão de Política Urbana, que coordenará as audiências públicas. Após receber as sugestões e passar pelas demais comissões pertinentes, o projeto será votado duas vezes na CMSP e seguirá para sanção do prefeito Fernando Haddad (PT).
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