Comissão de Finanças debate Covid-19 com grupo de pesquisadores da USP

MARIANE MANSUIDO
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Nesta quinta-feira (16/4), os vereadores da Comissão de Finanças e Orçamento realizaram mais uma reunião virtual, desta vez, para conhecer e dialogar com a recém criada Rede de Pesquisa Solidária: Políticas Públicas e as Respostas da Sociedade, que busca aperfeiçoar as políticas públicas do governo para o combate à crise do novo coronavírus. O projeto reúne profissionais de diversas áreas e é liderada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo).

Glauco Arbix, professor do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, e um dos coordenadores do projeto, participou da reunião para explicar as principais diretrizes, frentes e objetivos da iniciativa.

De acordo com Arbix, a rede multidisciplinar está em contato com centros de pesquisa internacionais, como as Universidades de Oxford e Chicago, para desenvolver indicadores capazes de avaliar as políticas públicas tomadas pelos governos Federal, Estadual e Municipal em todo o país, e divulgar informações oficiais e confiáveis sobre o avanço da Covid-19.

Até o momento, a rede articula quatro projetos: o primeiro deles trata do distanciamento social e da quarentena. A partir de um estudo realizado pela Universidade de Oxford, que criou o chamado RDS (Índice de Rigidez do Distanciamento Social), os pesquisadores brasileiros puderam classificar o grau de rigor das medidas adotadas pelos governos estaduais para evitar a propagação da infecção e a transmissão local.

BOLETIM INFORMATIVO

A avaliação dos profissionais será divulgada para a sociedade por meio de boletins semanais, com mapas que mostram a curva de infectados por Estados e as respostas da população às medidas de isolamento. O primeiro informativo já foi divulgado, e mostra que os estados brasileiros reagiram com grande variedade em intensidade e rapidez à chegada do coronavírus.

O Estado de São Paulo, por exemplo, epicentro da epidemia, foi o primeiro a tomar medidas, sendo seguido por outros. Segundo o boletim, ainda no mês de março, todos os estados já haviam implementado alguma medida de restrição de atividades para o isolamento social, sendo que alguns agiram de maneira mais rígida, obtendo índices de isolamento maiores do que São Paulo.

“Estamos assistindo uma crise que vai marcar os países. É uma tragédia com dimensões grandes, que nenhum de nós esperávamos passar”, avaliou Arbix. Ainda de acordo com o pesquisador da USP, o Brasil é um dos países que menos gasta com medidas para combater a Covid-19. “Pelos próximos dez anos, ainda estaremos pagando o preço social e econômico dessa crise”.

Outro projeto que será realizado pela rede, e que despertou a atenção dos vereadores, é uma tentativa de monitorar as dificuldades que comunidades estão passando, do ponto de vista de renda e de salário, a fim de montar um quadro sobre as necessidades dessa população. Para isso, será necessária a ajuda de líderes comunitários.

“Essas lideranças conseguem dialogar com a  população local e traduzir esses conflitos em suas regiões. O que interessa é encontrar padrões a partir das respostas. Não é um panorama sobre tudo, mas sim sobre os principais gargalos que levam a população próxima ao desespero”, explicou Glauco Arbix. Este projeto será feito, no primeiro momento, em cinco capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.

VEREADORES OPINAM

Na avaliação da vereadora Soninha Francine (CIDADANIA), a iniciativa poderá receber muitas contribuições dos parlamentares. “Nós, vereadores, podemos indicar líderes comunitários por quase toda a totalidade do município de São Paulo”, declarou. Soninha também sugeriu a participação de agentes de saúde comunitários, profissionais que vivem e convivem dentro de territórios que enfrentam dificuldades sociais.

O presidente da comissão, vereador Antonio Donato (PT), elogiou a iniciativa dos pesquisadores da USP e disse que a Câmara Municipal de São Paulo precisa ser mais proativa no combate ao coronavírus. “Para tomarmos medidas mais efetivas, é preciso ter acesso a dados públicos. Temos muito a aprender com essa rede solidária, que está em contato com universidades do mundo inteiro”, afirmou Donato.

Também participaram da reunião virtual os vereadores  Adriana Ramalho (PSDB), Atílio Francisco (REPUBLICANOS), Isac Felix (PL)Ricardo Nunes (MDB) e Rodrigo Goulart (PSD).

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