Audiência Pública debate transferência de sede da PRODAM

MARIANE MANSUIDO
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Nesta quarta-feira (10/6), a Comissão de Finanças e Orçamento discutiu, em audiência pública conjunta com a Comissão de Administração Pública, a transferência da sede da PRODAM (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo), que hoje está localizada em dois prédios: a unidade da Barra Funda e da Pedro de Toledo (Vila Clementino). A mudança tem levantado debate por conta do alto investimento e por ocorrer no atual momento de pandemia.

A proposta da empresa é mudar o endereço da PRODAM para um grande prédio no centro de São Paulo, na rua Líbero Badaró, com mais de sete mil metros quadrados e com capacidade de reunir a empresa em uma única sede. A negociação do novo contrato foi realizada em novembro de 2019, antes da pandemia, e a intenção era fazer a transferência este ano. No entanto, funcionários têm questionado o valor que deverá ser pago para realizar a mudança, estimado em R$ 32 milhões.

Conselheiro de administração da empresa, Benício Alves Teixeira, trabalha há 36 anos na PRODAM e criticou a proposta. Segundo ele, a transferência não foi discutida de forma ampla com o conselho, que não participou das visitas aos prédios antes da escolha final. “A PRODAM vem apresentando resultado positivo, mas essa mudança é inadmissível nas atuais condições contratuais e de pandemia”, declarou Teixeira. Na avaliação do conselheiro, a queda na arrecadação de receitas e a instabilidade econômica em função da pandemia demonstram que este não é o melhor momento para grandes mudanças.

Analista de sistemas da PRODAM, Beatriz Ligabue, participou da audiência e declarou que a proposta para a nova sede não foi informada com antecedência aos funcionários. Ela também questionou o investimento em um espaço tão grande quando há a perspectiva de que muitos funcionários continuem realizando teletrabalho após a pandemia. “A equipe está sendo muito mais produtiva agora”, argumentou a analista.

Presidente da PRODAM, Alexandre Amorim, disse que a principal intenção da proposta é reduzir os contratos de aluguel. No prédio da unidade da Barra Funda, são pagos mensalmente R$ 284 mil de aluguel, valor que passa dos R$ 500 mil incluindo condomínio, IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e manutenção do sistema de ar-condicionado. O novo prédio no centro tem aluguel previsto de R$ 270 mil por mês. “Devemos economizar R$ 10 milhões de aluguel em 10 anos”, informou.

Sobre a necessidade de ter um prédio maior, Amorim explicou que a decisão partiu da insegurança sobre a continuidade do termo de permissão de uso do imóvel na Vila Clementino, mas que, este ano, houve a renovação e o serviço na unidade Pedro de Toledo será mantido, uma vez que é preciso ter a funcionalidade de dois datas centers. Inclusive, isso justifica boa parte do investimento na mudança.

De acordo com o presidente da PRODAM, cerca de R$ 15 milhões serão utilizados só na transferência do data center da unidade da Barra Funda. O restante será utilizado na instalação, mudança de móveis e adequação. Ele espera que o valor total diminua entre 25% a 30% até o pregão do serviço, pois são valores apenas estimados.

Questionado pelos vereadores sobre o motivo de não ter realizado a mudança ainda, Amorim explicou que todo o processo estava planejado para o começo de março, mas com o início da pandemia, foi suspenso pelo conselho de administração da empresa, que deve anunciar uma nova decisão no mês que vem. Por esse motivo, a PRODAM teve que renovar o contrato do imóvel na Barra Funda e terá que desembolsar R$ 4,3 milhões.

REUNIÃO ORDINÁRIA

Após o debate sobre a PRODAM, os vereadores discutiram o calendário da LDO 2021. A proposta é estender a tramitação até o mês de julho. De acordo com a Lei Orgânica do Município, o projeto deveria ser votado até o fim do primeiro semestre, mas em decorrência da pandemia, os parlamentares esperam votar o texto, em segunda discussão, em 29 de julho.

Também foi aprovada a realização de audiência pública, na próxima quarta-feira (17/6), às 09h30 da manhã, convidando representantes da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria Municipal de Assistência Social para debater os possíveis efeitos da Medida Provisória 936/2020, que permite a redução de salários, jornada e suspensão de contratos.

Participaram do debate o presidente da Comissão de Finanças, vereador Antonio Donato (PT) e os demais integrantes: Adriana Ramalho (PSDB), Atilio Francisco (REPUBLICANOS), Isac Felix (PL), Ricardo Nunes (MDB), Rodrigo Goulart (PSD)Soninha Francine (CIDADANIA). Também participaram os vereadores Zé Turin (REPUBLICANOS), presidente da Comissão de Administração Pública, Daniel Annenberg (PSDB), Edir Sales (PSD) e Gilson Barreto (PSDB).

Confira abaixo a íntegra da audiência pública e da reunião ordinária da Comissão de Finanças e Orçamento

 

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