Comitê de crise na Educação decide elaborar documento

JOTA ABREU
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Foi instalado oficialmente nesta terça-feira (16/6), o Comitê Emergencial de crise da Educação, vinculado à Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal. O primeiro encontro ocorreu de maneira virtual e reuniu representantes de entidades relacionadas ao ensino público na capital paulista.

O encontro foi conduzido pelo presidente da Comissão de Educação, vereador Eliseu Gabriel (PSB), e os vereadores Jair Tatto (PT), Eduardo Suplicy (PT) e Toninho Vespoli (PSOL). Os participantes da reunião decidiram elaborar um documento contendo as principais reivindicações apresentadas, e também a solicitação de um representante da Secretaria da Educação para estabelecer uma interlocução com as discussões que vierem a ser feitas pelo Comitê.

MANIFESTAÇÕES

A professora Margarida Prado Genofre, vice-presidente da Aprofem, que é o Sindicato dos Professores e Funcionários do Ensino Municipal de São Paulo, disse que a pandemia pegou a todos desprevenidos, inclusive na educação. Classificou os efeitos como um desastre, especialmente do ponto de vista pedagógico. “Nem alunos nem professores estavam preparados para lidar com as tecnologias, e isso também acontece nas escolas particulares. Professores que, de repente, se viram na necessidade de trabalhar com esses equipamentos remotos”, disse. Ela ainda falou sobre a falta de alimentação de muitas crianças que têm na merenda escolar a principal refeição do dia.

A professora Claudete Alves, integrante do Sedin (Sindicato dos Educadores da Infância), solicitou que exista uma busca pela preservação da vida dos educadores e alunos da cidade. Ela disse que as medidas que têm sido adotadas pelo Poder Público não estão levando em consideração as solicitações da categoria. “As entidades representativas estão em dificuldade para dar respostas, porque não existe interlocução com o governo”, declarou. Ela ainda sugeriu ouvir especialistas sobre o retorno das aulas.

A falta de diálogo também foi ponto principal da observação feita por Luiz Carlos Ghilardi, presidente do Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo). Mesma reclamação de Maciel Silva Nascimento, do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), que ainda pediu que não exista discussão sobre retorno enquanto não houver segurança para proteção das vidas de bebês, crianças e dos profissionais de educação. Michele Oliveira, que é professora de bebês e integrante do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal), lembrou que a cidade tem muitas especificidades e todas elas precisarão ser levadas em consideração para definição dos formatos a serem adotados para a continuidade da educação na cidade.

O vereador Eduardo Suplicy (PT) levantou como assuntos a falta de fornecimento de cartão-alimentação para algumas famílias de alunos, e ausência de pagamento para educadores dos programas Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) e Portas Abertas (que oferece ensino de português para imigrantes).

O vereador Eliseu Gabriel (PSB) sugeriu a elaboração de um documento contendo um resumo das principais reivindicações que seja encaminhado à Secretaria Municipal de Educação para estabelecer um diálogo. Ele ainda defendeu a ideia de ouvir especialistas sobre o retorno das aulas presenciais.

Toninho Vespoli (PSOL) considerou importante fazer o documento das questões convergentes, mas acrescentou a sugestão de convidar um representante da pasta da Educação para tratar de alguns temas pré-selecionados entre os mais importantes.

A ideia foi endossada por Suplicy (PT) e Jair Tatto (PT), que ainda contribuiu dizendo acreditar que a questão da alimentação dos alunos que ficaram sem merenda deveria ser a prioridade. Os outros participantes concordaram com a avaliação.

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