Comitê de crise na Educação quer ouvir responsáveis por protocolo de volta às aulas

JOTA ABREU
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O Comitê Emergencial de crise na Educação, vinculado à Comissão de Educação, Cultura e Esportes  decidiu convidar, para o encontro da semana que vem, profissionais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. A decisão foi tomada durante a reunião virtual nesta terça-feira (14/7). As duas entidades colaboraram com a Secretaria Municipal de Educação na elaboração da minuta com os protocolos de segurança sanitária para a volta presencial às aulas.

O Comitê – integrado por vereadores e entidades ligadas a profissionais da rede municipal – quer conhecer os fundamentos da minuta e as argumentações sobre a segurança para o retorno presencial das crianças nas escolas. A maior parte dos integrantes é contra os alunos irem para a escola esse ano, e também pretendem expor suas razões para buscar um diálogo sobre a realidade das unidades. Também houve acordo para que na próxima reunião, daqui a duas semanas, o assunto seja exclusivamente o fornecimento do vale-alimentação para todas as famílias dos alunos matriculados na rede pública municipal.

A reunião foi conduzida pelo presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, vereador Eliseu Gabriel (PSB), e ainda teve a participação dos vereadores Jair Tatto (PT), Eduardo Suplicy (PT), Prof. Claudio Fonseca (CIDADANIA) e Claudinho de Souza (PSDB).

Estava programada a participação do secretário de Educação, Bruno Caetano. Eliseu Gabriel, porém, disse que o chefe da pasta desistiu da participação depois de ter ficado incomodado ao receber montagens prejudicando sua imagem. Caetano tem realizado reuniões específicas com cada uma das Diretorias Regionais de Educação (DREs) para tratar do protocolo e das dificuldades dos gestores das unidades escolares.

Está em fase inicial de tramitação o PL (Projeto de Lei) 441/2020, de autoria do vereador Antonio Donato (PT) que suspende o ano letivo de 2020 e estabelece algumas garantias para alunos e funcionários públicos.

O vereador Jair Tatto (PT) disse que foram protocolados manifestos de coordenadores pedagógicos de algumas regiões, como Campo Limpo, Freguesia do Ó, Brasilândia, Pirituba, entre outras, solicitando o adiamento da volta presencial apenas para 2021. Alguns dos gestores já participaram das reuniões com o secretário, e não concordam com as intenções da secretaria. Na mesma linha, o vereador Eduardo Suplicy (PT) disse que recebeu comunicados de diretores da região de São Miguel Paulista e Itaim Paulista.

Luiz Carlos Ghilardi, presidente do Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo), deu a ideia de fazer algum encaminhamento diferente na próxima reunião, sem necessariamente convidar o secretário, que anda ocupado com as reuniões com as DREs. O vereador Prof. Claudio Fonseca (CIDADANIA) sugeriu, então, o convite a representantes da Unifesp e da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.

Margarida Prado, da APROFEM (Sindicato dos Professores e Funcionários do Ensino Municipal de São Paulo), reforçou a proposta, para que o Comitê possa estabelecer um diálogo e ouvir até mesmo pessoas que tenham opinião diferente. Mas, reiterou acreditar que o protocolo apresentado atualmente retrata um modelo de escola ideal. “É um modelo que todo mundo persegue há anos, mas que ninguém conseguiu atingir esse estágio. Se fizer o retorno ‘meia-boca’, se fizer mal feito, vai ser um desastre”, afirmou.

Kézia Alves, integrante do CRECE (Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola), disse que tem acompanhado as reuniões virtuais do secretário, e demonstrou preocupação porque, na reunião da região de Capela do Socorro, Bruno Caetano teria afirmado que não há garantia de vaga para os alunos cujos pais decidirem não enviar os filhos por receio da pandemia.

A professora Claudete Alves, integrante do Sedin (Sindicato dos Educadores da Infância), reclamou que as DREs estão pressionando os profissionais, para que surjam com avaliações e respostas sobre o protocolo com apenas um dia de prazo. Ainda disse que as unidades estão consultando os conselhos escolares, com participação dos pais, e que é unânime a ideia de que não deve ter retorno em 2020.

Também usaram a palavra Michele Oliveira, do SIMPEEM (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), Luci Guidio, integrante do Fórum Estadual de Educação Infantil, Christian Sznick Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo), Maria Vilany Rodrigues da Silva, do Fórum Municipal de Educação, entre outros.

A reunião completa do Comitê Emergencial de crise da Educação pode ser assistida neste link.

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