Em audiência, vereadores discutem atendimento a pacientes com epilepsia na rede municipal

FELIPE PALMA
DA REDAÇÃO

A Audiência Pública virtual da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher – pedido do vereador Gilberto Natalini (PV) – colocou em pauta os desafios, necessidades e obstáculos de pessoas e famílias que convivem com a epilepsia. O parlamentar é autor de dois Projetos de Lei em defesa das pessoas com epilepsia, que, atualmente, tramitam na Câmara.

A presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, Maria Alice Mello, destacou que a doença atinge de 1% a 2% da população, trazendo implicações não só ao doente, mas a toda família. Para ela, é necessária a presença familiar, dando suporte aos doentes, pois “eles sofrem estigmas na sociedade, gerando problemas psicossociais”.

Segundo o neurologista do Hospital das Clínicas, Lécio Figueira Pinto, das cerca de 80 mil pessoas com epilepsia em São Paulo, 15 mil estão em estado grave. O médico afirmou durante a Audiência Pública que “não existe um atendimento adequado na rede básica de saúde. Pacientes demoram para ser atendidos”, concluiu. Para a neurologista Laura Guilhoto, da Associação Brasileira de Epilepsia, a falta de medicamentos de alto custo distribuídos em postos de saúde interrompe o tratamento e prejudica a recuperação do paciente.

Durante a audiência da Comissão de Saúde, a mãe de uma criança diagnosticada com epilepsia reclamou do atendimento na rede pública, tanto em escolas quanto nas UBSs (unidades Básicas de Saúde). “Estas entidades estão despreparadas para receber uma pessoa epilética.” Fabiana Cristina Lopes ainda acrescentou que “ninguém vai morrer por conta da epilepsia, mas quanto mais demorado for o socorro, maior probabilidade de sequelas.” Por fim, ela pediu aos vereadores que haja um trabalho de conscientização e orientação nas instituições públicas.

O vereador Milton Ferreira (PODE) repercutiu a questão da falta de médicos adequados no atendimento do INSS ao doente que necessita se afastar de suas funções. “Existe dificuldade em chegar a um especialista. Dificuldade de emprego, deveria ter um respaldo, assistência para amparar estas pessoas. Elas não conseguem se aposentar.”

Ao término da Audiência Pública, Gilberto Natalini (PV) propôs reuniões contínuas à Secretaria Municipal de Saúde, via Comissão de Saúde, e treinamento de médicos da rede básica para melhorar o atendimento de pacientes com epilepsia.

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