Comitê Emergencial de Crise da Educação retoma atividades na Câmara e discute retomada das atividades escolares

O Comitê Emergencial de Crise da Educação, vinculado à Comissão de Educação, Cultura e Esportes, realizou na tarde desta terça-feira (9/3), a primeira reunião virtual de 2021. O debate que foi conduzido pelo presidente da Comissão, o vereador Eliseu Gabriel (PSB), trouxe várias demandas, como a greve dos profissionais da educação, protocolos adotados pelas escolas contra a pandemia e mortes por Covid-19 de profissionais que retornaram às atividades em escolas da capital.

“Existe uma grande maioria que tem dúvidas sobre o retorno às aulas nesse momento de pandemia e o cumprimento dos protocolos nas escolas da capital. Vamos trabalhar para esclarecermos todos os questionamentos junto à Comissão de Educação e ao Executivo de nossa cidade”, comentou Eliseu sobre a crise da educação.

Protocolos nas escolas

Segundo a Prefeitura, a adoção de medidas sanitárias como, por exemplo, o uso constante de máscaras, de protetores faciais para os profissionais da educação, a higienização frequente das mãos, a preservação de distanciamento social, a ventilação adequada das salas de aula, a organização da entrada e da saída, a aferição de temperatura na entrada, a realização de intervalos e recreios escalonados e a limpeza frequente dos ambientes são condições essenciais para o retorno seguro e para conter a crise da educação. Porém, participantes da reunião relatam que pais e alunos garantem que essas estratégias não acontecem na rotina escolar e vários casos de Covid-19 estão acometendo estudantes e profissionais da área de educação.

A vereadora Sonaira Fernandes (REPUBLICANOS) questionou sobre os protocolos sanitários descumpridos nas escolas públicas e particulares da capital. Ela leu uma carta assinada por vários pais de alunos com várias reclamações. A parlamentar defende o retorno às atividades, mas de forma responsável.

“Se a Prefeitura não conseguiu colocar dentro da comunidade escolar os protocolos para alcançar os professores, que estão no dia a dia com os alunos, qual então será o método que o Executivo vai adotar para proteger, além dos funcionários e estudantes, esses pais que serão inseridos dentro do ambiente escolar (no trabalho de retomada às aulas)?”.

Já a vereadora Cris Monteiro (NOVO), após visitar algumas escolas do município, acredita que existem instituições de ensino em condições de retomar as atividades, cumprindo todos os protocolos estabelecidos pelo governo.

“Nossas crianças estão longe das escolas. Nós não vamos conseguir soluções ordinárias em situações extraordinárias. Precisamos pensar de forma criativa para trazer essas crianças de volta às aulas. É muito importante que essas crianças voltem a estudar”, observou.

Para Rosana Capputi, representante do SINESP (Sindicato Especialistas Ensino Público São Paulo) ainda não é possível um retorno que garanta a segurança e a saúde dos profissionais de ensino. Para o sindicato, muitas questões precisam ser esclarecidas pelo Executivo, como a implantação do Programa de Operação de Volta às Aulas. “As equipes querem voltar ao trabalho, mas elas precisam de segurança e de protocolos cumpridos”.

Greve

Outro assunto debatido pelo Comitê foi sobre a continuidade da greve nas escolas de São Paulo. A paralisação começou no dia 10 de fevereiro e é coordenada por sindicatos que representam os profissionais da rede municipal de Educação de São Paulo.  As entidades da área avaliam que não há condições sanitárias para manter atividades escolares de forma presencial e pedem pela continuidade das aulas remotas até o fim do primeiro semestre.

Para o vereador Celso Giannazi (PSOL) a situação é gravíssima. Ele lamentou mais uma morte, por Covid-19. Flávia Lima, professora do CEI (Centro Educacional Infantil) Universo da Criança II, morreu de Covid-19. Ela teria se contaminado, segundo o parlamentar, após o retorno às atividades presenciais na escola.

“Os casos estão se multiplicando e os nossos profissionais de educação estão morrendo. Os protocolos criados não são possíveis de ser realizados, tanto pela falta de materiais como pela falta de mão de obra para executá-los”, lamentou Giannazi.

“Nós estamos em greve para preservar o direito fundamental de qualquer ser humano que é o direito à vida. Nós estamos assistindo a um crescimento espantoso da pandemia em São Paulo. A pandemia está fora de controle e está contaminando também as crianças e os mais jovens.  Nós queremos escola aberta, porém saudável e sem Covid. Sem vacina é impossível recomeçar”, protestou Margarida Genofre, vice-presidente da APROFEM (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo).

Patrícia Pimenta Furbino, do SINPEEM – SP (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), integrante do Comitê, comentou que o grupo busca contribuir com a Secretaria de Educação há um ano. “Nós percebemos uma verdadeira apatia do governo municipal que faz o retorno às aulas de maneira totalmente imposta e sem o mínimo de condição. Não é uma greve por condição salarial ou carreira, mas pelo direito à vida”.

Representando o SINDSEP (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), Maciel Nascimento completou que a greve é uma paralisação legítima, em defesa da vida e das famílias. “Estamos com vários casos de lutos nas escolas. Não somos apenas números, somos nomes”.

Alimentação

Segundo Cláudio Carvalho, diretor do Conselho Municipal de Segurança Alimentar Nutricional, no contexto de segurança alimentar, passado um ano de pandemia, existem muitos alunos que ainda não receberam o cartão de alimentação. “São diversos problemas. Para os alunos que estão longe das escolas, ainda temos problemas de segurança alimentar e as mães não conseguem comida para suas crianças”.

Clique aqui e confira à íntegra da reunião do Comitê sobre a crise da educação.

KAMILA MARINHO
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