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Atuando na Defensoria Pública do Estado de São Paulo desde 2007, Bruno Miragaia encontrou uma situação no mínimo injusta: milhares de moradores da periferia tinham negado seu direito a uma moradia digna, com um mínimo de infraestrutura urbana, muitas vezes sendo despejados de suas casas por liminares e sem ter para onde ir.

Atuando em São Miguel Paulista, o defensor especializou-se na área de habitação e urbanismo, um dos núcleos da Defensoria com maior atuação na capital. São as periferias que recebem toda a população carente que não tem condições de se manter nos centros urbanos. Então a fragilidade com que eles chegam lá é muito grande, o que acaba demandando muito da Defensoria, explica Miragaia.

Por seu trabalho, o defensor foi agraciado nesta sexta (18/10) com a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, duas das maiores honrarias concedidas pela Câmara Municipal.

Proponente da homenagem, o presidente da Câmara, José Américo (PT), disse ser um admirador do trabalho da Defensoria. Eu tenho orgulho de poder estar homenageando o Bruno e, nessa homenagem, homenagear também a Defensoria Pública, declarou o vereador em seu discurso.

Na opinião do advogado, a atualmente a luta por moradia digna vai muito além da garantia de um teto. Como qualquer periferia, o maior problema não é só o déficit de moradia. A gente não pode mais conceituar o déficit de moradia como um teto e quatro paredes. Acho que o maior problema da Zona Leste e das periferias da cidade é a falta de infraestrutura: saneamento, iluminação, lazer.

Miragaia também atuou na defesa dos direitos dos comerciantes ambulantes da capital. Na opinião do camelô José Nildo da Silva, um dos cidadãos que foram prestigiar o evento, é preciso fortalecer a Defensoria Pública para que situações como a dele, que ficou meses sem trabalhar por conta de uma ação da Prefeitura alguns anos atrás, não aconteçam mais.

A gente, até esse momento, está vitorioso com ele. Nós ganhamos na justiça na primeira, segunda e terceira instância, através da atuação do Dr. Bruno e do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, comemora Silva.

(18/10/2013 21h11)