Artigo: Desconhecimento e preconceito

VEREADOR GILBERTO NASCIMENTO JR. (PSC)

Em março de 2019, protocolei o projeto de lei que autoriza e regulamenta a prática da educação domiciliar na cidade de São Paulo. Com mais de 1.000 famílias que já optaram por essa modalidade de ensino na cidade, a Câmara de Vereadores da maior cidade da América do Sul não poderia se furtar a tratar desse tema. Como sempre fazemos, nos dedicamos a compreender a realidade e a verdade dessas famílias, e uma questão ficou clara: o desconhecimento e o preconceito sãos os maiores opositores do homeschooling no Brasil.

Cada família que conheci me mostrou que a educação domiciliar não é para todos. É para um núcleo familiar específico, com características muito próprias, como a decisão de se engajar pessoalmente na formação dos filhos. Os pais fazem rearranjos em suas vidas profissional e pessoal para ficar em casa e aproveitam todas as oportunidades do dia a dia para ensiná-los. São famílias protetivas, e as crianças não apresentam qualquer problema de socialização.

Seguem, no mínimo, a grade da Base Nacional Comum Curricular, e a enriquecem, incluindo ensino de música, uma outra língua, artes, teatro, respeitando sempre os interesses e talentos próprios da criança. Lembro-me de um pai que nos contou que ele e o filho decidiram estudar Latim. Procuraram cursos online e, juntos, avançaram em mais uma área do conhecimento. Os pais não sabem tudo, obviamente, então vão em busca de ajuda, seja na Internet, em livros didáticos ou com professores-tutores.

O projeto de lei 84/2019, de minha autoria e de mais 14 vereadores coautores, irá a segunda votação neste segundo semestre de 2021 e espero que a CMSP, sem preconceitos, tome a decisão de enxergar as famílias educadoras como elas realmente são e garantir-lhes o direito já explicitado no art. 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Os pais têm prioridade de direito na escolha da modalidade da educação que será ministrada a seus filhos”.

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