Estado de SP atinge 100% de cobertura vacinal contra Covid-19 em idosos acima de 65 anos

KAMILA MARINHO
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O governador de São Paulo anunciou, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (15/9), que o Estado ultrapassou a meta de vacinação contra Covid-19 entre todos os idosos acima de 60 anos com esquema de imunização completo, protegendo mais de 7,3 milhões de pessoas. No público acima de 65 anos, foi atingido 100% de cobertura vacinal em todas as estratificações. Na faixa de 60 a 64 o percentual foi de 93,5%, também acima da meta definida da campanha, que é de ao menos 90% dos públicos-alvo. Dos 7,3 milhões de idosos vacinados, 3,93 milhões estão na faixa de 60 a 69 anos; 2,27 milhões entre 70 e 79; 924,9 mil de 80 a 85; e 207,3 mil acima de 90 anos.

“A meta, pela OMS (Organização Social de Saúde), é de 90%, mas na população de 65 a 90 anos ou mais, nós atingimos mais de 100% dessa meta. Mostrando que a população acredita na vacina, confia na vacina e sabe que a melhor forma de passar por essa pandemia é estando vacinado”, afirmou a Coordenadora Geral do PEI (Plano Estadual de Imunização), Regiane de Paula.

No decorrer de toda a campanha, iniciada em janeiro de 2021, SP administrou mais de 57,97 milhões de doses. O número soma 35,92 milhões de aplicações de primeira dose, 20,79 milhões de segunda e 1,15 milhão de dose única, além de 111,6 mil de doses de reforço.

Com a mobilização das 645 cidades, 97,38% da população adulta de SP já recebeu pelo menos uma dose da vacina e 61,75% das pessoas com idade acima de 18 anos já têm esquema vacinal completo. Os dados estão disponíveis e são atualizados em tempo real no Vacinômetro do site do Governo de SP.

Dose adicional

A estratégia da dose adicional visa alcançar todas as pessoas com 60 anos ou mais que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses. Além disso, também serão imunizados imunossuprimidos com idade a partir de 18 anos. Os dois públicos desta fase somam 1 milhão de pessoas.

Para organização da rede, o calendário foi escalonado por faixas etárias e priorização dos mais velhos. Esta primeira fase dedicada ao reforço na proteção contra a Covid-19 começou em 6 de setembro, contemplando idosos acima de 90 anos. Do dia 13 até o dia 19, é a vez da faixa etária de 85 a 89 anos. Entre os dias 20 e 26, as doses estarão disponíveis para os que têm de 80 a 84 anos.

Também estão inclusos neste período os adultos imunossuprimidos, como pacientes em tratamento de hemodiálise, quimioterapia, Aids, transplantados, entre outras pessoas em alto grau de imunossupressão. Neste caso, a dose adicional será aplicada pelo menos 28 dias após a data da conclusão do esquema vacinal, seja pela segunda dose (Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer) ou por dose única (Janssen).

A partir do dia 27, até 3 de outubro, serão contempladas pessoas na faixa de 70 a 79 anos. Concluindo esta fase ainda no mês de outubro, serão alcançados os idosos de 60 a 69 anos entre os dias 4 e 10.

No total são 7,3 milhões de pessoas que tomaram suas vacinas em momentos diferentes da campanha e receberão suas doses adicionais quando completarem os intervalos de tempo mínimos após a segunda dose ou conclusão do esquema vacinal – de pelo menos seis meses para quem tem 60 anos ou mais, e ao menos 28 dias para os adultos com imunossupressão.

A decisão de São Paulo de incluir o grupo de 60 a 69 anos foi embasada em recomendação do Comitê Científico, após análise de trabalhos e as experiências ao redor do mundo dos indicadores da pandemia, especialmente entre idosos, que ainda figuram entre as principais vítimas fatais da Covid-19.

Conforme orientação do PEI (Plano Estadual de Imunização) e do Comitê Científico do Estado de São Paulo, os municípios devem aplicar o imunizante que estiver disponível nos postos também para aplicação da dose adicional, pois todas as vacinas em uso no Brasil são seguras e eficazes.

Coronavac e redução da mortalidade em idosos

Durante entrevista coletiva desta quarta (15/9) também foi anunciado que a imunização com Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica Sinovac, reduziu em 88% as mortes por Covid-19 entre os idosos com mais de 70 anos no Brasil. A queda, apontada pelo próprio Ministério da Saúde, indica a eficiência do imunizante que foi utilizado na vacinação de 80% das pessoas nesta faixa etária em todo país.

Os dados do Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe) do Ministério da Saúde indicam que a média semanal de mortes por Covid-19 entre as pessoas com 70 anos ou mais caiu de 1.316 por dia em 28 de março para 164 em 20 de agosto. A queda de 88% considera todo o território nacional.

Se consideradas apenas as estatísticas de São Paulo, o resultado é semelhante, com redução de 86% no número de óbitos. A média semanal de mortes por Covid-19, entre pessoas com mais de 70 anos no Estado, caiu de 353 por dia em 28 de março, para 51 em 20 de agosto.

A vacina produzida pelo Instituto Butantan teve papel fundamental na queda das mortes, uma vez que 8 de cada 10 pessoas com mais de 70 anos foram imunizadas com Coronavac no país. Em 28 de março, as vacinas da Pfizer e da Janssen ainda não eram aplicadas em São Paulo e no Brasil, e a proporção de imunizantes disponíveis no país era de 8 doses de Coronavac para cada duas da AztraZeneca. Já no Estado de São Paulo, a cada 10 pessoas nessa faixa etária, 9 receberam a Coronavac.

Entrega de doses ao Ministério da Saúde

Outro anúncio feito durante a coletiva foi a conclusão de entrega de 54 milhões de doses da vacina do Butantan ao Ministério da Saúde, encerrando, assim, o segundo contrato com o órgão federal – o primeiro contrato de 46 milhões de doses foi encerrado em 12 de maio.

O Instituto Butantan entregou, ainda, outros 1,8 milhão de doses para iniciar, por determinação do governador, para a substituição das 8 milhões de doses retidas temporariamente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, assim, não interromper o processo de imunização no país.

As doses liberadas hoje foram produzidas pelo Butantan com IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), proveniente de fábrica na China, certificada previamente pela Anvisa. A ação foi possível a partir de conversas junto à biofarmacêutica Sinovac para o envio de novas doses da CoronaVac, em substituição aos lotes que estão suspensos.

Um novo lote com 5 milhões de doses prontas chegará em São Paulo na próxima semana, produzido na mesma planta fabril, oferecendo uma solução prática para o impasse de doses ainda retidas pela Anvisa. Enquanto isso, o Instituto Butantan mantém uma força-tarefa em entendimento junto ao órgão federal para a liberação dos lotes interditados.

Mais sobre o novo coronavírus

De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta terça (14/9), a capital paulista totalizava 37.433 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.422.771 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.

Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta quarta (15/9), é de 38,7%.

Já nesta terça (14/9), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 37%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

Ações e Atitudes

Após seis meses de acompanhamento, pesquisadores divulgaram resultados de um estudo sobre a Coronavac que está em andamento em Manaus. Conforme dados divulgados nesta terça-feira (14/9), entre cinco mil pessoas com comorbidades vacinadas com a Coronavac em Manaus, apenas 0,1% precisaram ser hospitalizadas devido à Covid-19.

A pesquisa, chamada CovacManaus, conta com voluntários de 18 a 49 anos que trabalham na educação e segurança pública.

O estudo aplicou cerca de 10 mil doses doadas pelo Instituto Butantan. Ao todo, 5.087 pessoas receberam a primeira dose, e 5.071, a segunda. Entre os participantes da pesquisa, 72% tinham obesidade, 54% sofriam de diabetes, 36%, de hipertensão arterial e 27% eram imunossuprimidos.

Dados divulgados pela Agência Fiocruz de Notícias mostram que, entre os participantes, 2,6% tiveram infecções sintomáticas por Covid-19 depois da imunização. Em 0,1%, o caso evoluiu para hospitalização e, em 0,04%, houve necessidade de leito de terapia intensiva (UTI). No universo de cerca de 5 mil vacinados, 0,02% morreram de Covid-19.

A pesquisa indica que 91% dos vacinados apresentaram anticorpos detectáveis após a primeira dose, e 99,8%, após a segunda.

O coordenador do estudo, Marcus Lacerda, pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), destaca que o monitoramento é contínuo e que os participantes  devem comparecer para fazer a coleta de exames em data agendada, o que permitirá, entre outros pontos, avaliar a necessidade de dose de reforço.

Atuação do município

A cidade de São Paulo continua vacinando idosos acima de 85 anos com a dose adicional contra a Covid-19. É necessário que a pessoa tenha completado o esquema vacinal, com a segunda dose ou tenha tomado a vacina de dose única, há pelo menos seis meses para receber o reforço.

A Secretaria Municipal da Saúde também convoca os munícipes elegíveis a segunda dose da vacina para completar o esquema vacinal. Vale ressaltar que aqueles com a segunda dose da AstraZeneca em atraso podem comparecer a um posto de vacinação para receber o imunizante da Pfizer.

Estão em operação as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) das 7h às 19h, além das AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais), mega postos, drive-thrus e farmácias parceiras, que funcionam das 8h às 17h. Os pacientes acamados podem receber a vacina em casa pela equipe da UBS de referência.

Para se imunizar é obrigatório apresentar documento de identificação, preferencialmente CPF e Cartão SUS, além de comprovante de residência no município de São Paulo e o cartão de vacinação contra Covid-19.

A secretaria recomenda que a população consulte o site De Olho na Fila para checar a disponibilidade de segundas doses dos imunizantes. Além disso, a plataforma mostra a movimentação de pessoas nas unidades, evitando, assim, aglomerações e filas de espera.

Os endereços dos postos podem ser consultados na página Vacina Sampa.

 

*Ouça abaixo a versão podcast do boletim Coronavírus desta quarta-feira

1ª edição

2ª edição

*Este e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus

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