Faixas exclusivas no Cambuci voltam a ser questionadas na Câmara

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Audiência pública realizada pela Comissão de Finanças da Câmara Foto: André Bueno / CMSP

ROBERTO VIEIRA
DA REDAÇÃO

Os moradores do Cambuci, zona sul da capital, apresentaram, durante audiência pública (26/11) que discutiu as mudanças viárias na Rua Lacerda Franco e Avenida Lins de Vasconcelos, uma série de impactos que a população local tem sofrido com a implantação das faixas exclusivas de ônibus, ocorrida no inicio deste ano.

Dentre as reclamações apresentadas estão o aumento no número de acidentes, danos e precarização dos imóveis, excesso de barulhos e frequente quebra de ônibus nas vias. Cristina Lúcia Cappelano, presidente a Associação dos Moradores e Amigos do Cambuci (AMAC), relatou ainda que os comércios estão fechando gradativamente.

“Caiu pela metade a clientela dos comércios por conta das faixas de ônibus e da mudança de sentido da Lins. Os estabelecimentos não resistem a isso e estão fechando. Desde o inicio das mudanças, 20 comércios já baixaram a portas. Pessoas que moram no entorno estão perdendo o emprego”, revelou Cristina.

O superintendente de Planejamento e Projetos da CET (Companhia de Engenharia e Tráfego), Ronaldo Tonobohn, rebateu as críticas com relação ao fechamento de comércios e classificou as medidas implantadas na região como um sucesso. “Nós desconhecemos qualquer notícia concreta com relação a fechamento de comércios que não seja pelo ciclo normal da área comercial, bem como não temos nenhuma notícia concreta com relação a prejuízos em edificações”, explicou.

O representante da CET também disse que a prefeitura está aberta ao diálogo e a novas propostas de mudanças, desde que estas medidas comprovem resultados melhores ou semelhantes aos apresentados pelo modelo atual.

“Nós conseguimos praticamente dobrar a velocidade dos ônibus no trecho em que as faixas exclusivas foram implantadas (passando de 11 km/h para 20 km/h, que representa 96%) e também tivemos significativo aumento no número de vagas de zona azul (passando de 319 para 411 vagas)”, afirmou Tonobohn.

A AMAC informou que enviou à Secretaria de Transportes um ofício sugerindo outras mudanças viárias no início de agosto, contudo não recebeu resposta. Tonobohn esclareceu que o documento não foi protocolado e que não é de seu conhecimento, mas se propôs a fazer uma agenda no bairro a fim de identificar e comprovar os problemas apontados pelos moradores.

“Ninguém é contra as faixas, acho que isso é muito importante. Mas, eu estive na região e presenciei várias questões destas que eles estão levantando aqui, uma delas é um conflito entre os ônibus e as árvores que existem ali, que faz com que os ônibus utilizem metade da faixa exclusiva e metade da faixa convencional”, pontuou vereador Toninho Vespoli (Psol).

“Hoje nós avançamos nesta questão, uma vez que desde o início do problema os ânimos estavam muito aflorados e debate foi prejudicado. Hoje todos falaram, nós saímos com um encaminhamento que pode nos levar a solução definitiva do problema”, disse o vereador Aurélio Nomura (PSDB), membro da Comissão de Finanças e Orçamento.

Entenda o caso

Em março deste ano, a prefeitura alterou o sentido dos veículos na Avenida Lins de Vasconcelos e Lacerda Franco e implantou cerca de 800 metros de faixas exclusivas.

Com as alterações, os ônibus sentido centro passaram a utilizar somente a Rua Lacerda Franco, enquanto que a Lins de Vasconcelos passou a ser utilizada apenas sentido bairro. Os moradores não gostaram das alterações e desde então passaram a organizar protestos e a pressionar a prefeitura a fim de que sejam revistas as mudanças.

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