Partido passou maior parte de sua história na ilegalidade

Entre 1922 e 1985, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) passou apenas dois anos e quatro meses na legalidade. O partido, que celebrou seus 91 anos com uma sessão solene na Câmara, passou o restante do tempo como organização clandestina, atuando sempre na ilegalidade.

O congresso de fundação do partido (na época chamado Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista) aconteceu em 25 de março de 1922, no Rio de Janeiro. Nove delegados, representando organizações comunistas de diversas cidades, participaram da cerimônia.

Durante o Estado Novo, a direção ao partido foi desbaratada, sendo realizada uma reestruturação na qual despontou uma nova geração de militantes, tendo à frente Luiz Carlos Prestes e nomes como Diógenes Arruda, Maurício Grabois, Pedro Pomar, João Amazonas, Amarílio Vasconcelos, Júlio Sérgio de Oliveira, Mário Alves e Carlos Marighella.

Após a Segunda Guerra Mundial, com a redemocratização, o partido saiu da clandestinidade por um curto período. A legenda apresenta Ledo Fiúza como candidato próprio à presidência da República em 1945 e obtém 10% dos votos válidos. Para a Constituinte de 1946, Prestes é eleito senador e o partido ainda consegue 14 cadeiras na Câmara dos Deputados. Mas, já em 1947, o partido perde seu registro, voltando para a clandestinidade, e os parlamentares eleitos pela legenda perdem seus mandatos.

Em 1956, o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Nikita Kruschev, denuncia os crimes cometidos por Stálin no poder, o que gera um racha no Brasil. Assim, em 1962, a agremiação dividiu-se em dois grupos: o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que acatou as novas diretrizes, e o PCdoB, que rejeitou os novos direcionamentos do partido russo.

Dois anos depois da reorganização é desfechado o golpe de 1964, que levou o partido a apoiar a resistência armada – o grupo esteve por trás da trágica Guerrilha do Araguaia, cujos membros foram massacrados pelo regime. Em sua fase declinante, em 1976, a ditadura ainda perpetrou a Chacina da Lapa, em São Paulo, na qual foram executados três líderes comunistas: Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond.

Em 1984, mesmo na clandestinidade, o partido participou da campanha  Diretas Já e apoiou a eleição de Tancredo Neves como presidente do país. Em 2002, o PCdoB integrou a coligação que elegeu Lula para presidente e desde então mantém uma aliança com o PT no nível nacional, repetida nas eleições de 2006 e 2010.

(25/03/2013 20h48)

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