Rodízio de água já acontece na periferia, diz sindicalista da Sabesp

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A comissão, que investiga o contrato da prefeitura com a Sabesp, se reuniu na manhã desta quinta. Foto: Luiz França / CMSP.

 

RODOLFO BLANCATO
DA REDAÇÃO

Segundo o presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores de Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo), Rene dos Santos, o fornecimento de água para diversos bairros da cidade já está sendo interrompido à noite, ao contrário do que afirma a Sabesp. Oficialmente, a companhia diz que têm reduzido a pressão do sistema de abastecimento para economizar água, mas nega a realização de cortes programados no fornecimento.

Santos foi um dos depoentes ouvidos pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sabesp nesta quarta-feira (11/2). Ele disse aos parlamentares que as ações ocorrem principalmente nos bairros periféricos e têm se intensificado nos últimos meses.

“Na minha opinião o rodízio já vem acontecendo. Se vocês forem aqui na Vila Brasilândia, está se fechando o registro às 14h e abrindo às 5h. Tem registro disso, tem OS [Ordem de Serviço], mas a Sabesp não libera isso”, afirmou o sindicalista durante a reunião.

Para Santos, o rodízio é inevitável para enfrentar a crise hídrica, mas está sendo realizado de forma “mascarada”, sem discussão com a sociedade. “É algo necessário, que tem que ser feito mesmo, mas tem que ser discutido com a população, com os municípios, para que as áreas mais periféricas não sofram sozinhas”, comentou.

A CPI também ouviu Bernard Fuldauer, agente vistor da subprefeitura de Santana, e Leandro de Oliveira Caetano, diretor da Divisão Técnica de Unidades de Conservação da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

Desperdício

Fuldauer, que é responsável pela fiscalização da atuação da Sabesp em Santana, diz que a região registra cerca de 100 vazamentos na rede de água e esgoto todo mês. “Só na rua Voluntários da Pátria são dez vazamentos por mês, e isso tem se intensificando nos últimos tempos”, afirmou o técnico.

Um relatório do Ministério das Cidades divulgado em janeiro apontou que na região atendida pela Sabesp, 33% da água tratada é desperdiçada antes mesmo de chegar às torneiras dos cidadãos por conta de vazamentos na rede de distribuição. A média nacional, segundo o mesmo relatório, é de 37%.

Para Fuldauer o grande número de vazamentos é resultado de uma rede de encanamentos antiga, com cerca de 40 anos de idade. Na opinião do especialista, seria mais inteligente investir na substituição dessas tubulações do que no aumento da captação, o que tem sido a prioridade do Governo do Estado.

Uma Contribuição

nelson jose angeli

moro na chacara 6 de outubro (cep 03508-010) e ha varios meses que nosso fornecimento de agua e cortado diariamente da 1 da tarde a 1 da manha. Ainda bem que a caixa dagua eh grande, porem ja tive varios problemas com a valvula de enchimento (2 substituicoes) por conta da alta pressao e bolhas de ar que ficam no encanamento apos o restabelecimento do fornecimento. Temo tambem pelos danos que isto venha a causar aos encanamentos de minha residencia.

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