Orçamento para territórios culturais é um dos temas debatidos na audiência da Subcomissão de Cultura

Afonso Braga | REDE CÂMARA SP

Audiência Pública da Subcomissão de Cultura desta quinta-feira (13/10)

MARCO CALEJO
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A Casa Cultural Hip Hop Jaçanã, na zona norte da capital paulista, foi o local da Audiência Pública da Subcomissão de Cultura na noite desta quinta-feira (13/10). O colegiado tem percorrido as regiões periféricas da cidade para ouvir a demanda da população. O tema do debate de hoje foi “Território Norte: A importância da Arte e da Cultura Negra e a emergência de políticas públicas afirmativas na cidade de São Paulo”.

Presidente da Subcomissão, a vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL) lembrou que esta foi a sexta audiência regional realizada pelo colegiado. Elaine também ressaltou que a proposta é visitar todas as regiões da cidade em horários alternativos, para que todos possam participar.

“Temos passado por vários territórios da cidade. Começamos pela zona leste, fomos para a zona sul e para a zona noroeste, em Perus. A ideia é que consigamos circular pela cidade toda para ouvir boa parte das demandas relativas à pasta da cultura”, disse Elaine.

A parlamentar também destacou a importância de percorrer as periferias para estreitar a comunicação entre Prefeitura e sociedade. “É bem importante que a gente consiga fazer esse diálogo aberto para conseguir de fato pensar em políticas públicas da cultura que atendam demandas do território”.

Produtora cultural e integrante da Casa Cultural Hip Hop Jaçanã, Dayane Moreira contou algumas ações do espaço. “Resiste aqui desde 2014 prestando serviços diversos de cultura para a comunidade, como capoeira, cursinho popular, entrega de leite e demais serviços que entregamos aqui”.

Dayane também reivindicou que as políticas públicas da cultura paulistana sejam construídas em conjunto com os movimentos a fim de atender o interesse social. “Nossos povos indígenas e pretos se estruturam a partir das memórias culturais e ancestrais, que são passadas de geração para geração. Estamos sendo impedidos de nos expressar para produzir as nossas ciências há cinco séculos – são 500 anos”.

O sambista Fernando Ripol representou o Samba do Congo. Artista da região, ele cobrou a participação de um servidor da Secretaria Municipal de Cultura e pediu que a pasta receba os coletivos para discutir demandas das comunidades. Ripol também pediu mais recursos para espaços culturais.

“A cultura não pode ser colocada como uma coisa supérflua, a cultura é a base de tudo”, falou Fernando, que exaltou ainda o samba brasileiro. “O samba é uma instituição nacional. O Brasil, lá fora, é conhecido pelo samba, que é patrimônio imaterial da cidade e da humanidade”.

Osmar Araújo é da organização Mudança de Cena. Ele falou sobre o orçamento da Prefeitura de São Paulo destinado para a cultura da cidade. “Esperamos que a atual vereança corrija esses erros do orçamento da cidade de São Paulo, isso é muito importante”, falou Osmar, que completou. “A zona norte não pode ficar escondida dentro do orçamento da cidade”.

Educador social e cofundador da Rede Potências Periféricas, João Mário disse que a Casa Cultural Hip Hop Jaçanã “tem por tema principal o hip hop, mas abriga várias linguagens do povo preto”. João também reiterou a necessidade de aumentar os recursos para a cultura. “Queremos entender o porquê uma cidade com orçamento que tem, continua ainda pingando migalhas para os seus territórios”.

O subprefeito da Subprefeitura Jaçanã/Tremembé, Dario José Barreto, participou da Audiência Pública e se colocou à disposição para dialogar com os movimentos da região. Dario reforçou que tem que respeitar o Orçamento previsto para implantar as ações locais, e frisou que o valor que estiver disponível para o setor cultural será empenhado.

“O recurso que chega na Subprefeitura, seja da cultura, da zeladoria ou da questão administrativa, eu tenho obrigação legal de executar. Então, o que tiver na cultura para executar, nós vamos executar”, disse o subprefeito. “Se tiver orçamento, a gente senta e debate, seja festa de bairro, Dia das Crianças, Natal, seja o que for, nós faremos para que possamos fomentar a questão cultural do território”.

Outro tema discutido em todas as Audiências Públicas da Subcomissão é o hip hop. O assunto foi tratado pelo Marcelo Souza, coordenador do Núcleo Hip Hop da Secretaria Municipal de Cultura. Ele considera importante o debate com os coletivos de cada região, para que os artistas possam apresentar críticas e sugestões.

“Vamos voltar a fazer os encontros que o mês do hip hop tinha antigamente para ouvir o que as pessoas querem do Núcleo ou o que as pessoas esperam do hip hop. De fato, o hip hop é uma construção coletiva”, disse Marcelo.

Reveja abaixo o debate da Subcomissão de Cultura desta quinta-feira.

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