Após ataque em escola da Vila Sônia, vereadores debatem ações para proteger comunidade escolar

Afonso Braga | REDE CÂMARA SP

Sessão Plenária desta terça-feira (28/3)

MARCO CALEJO
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A Sessão Plenária desta terça-feira (28/3) abriu espaço para os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo discursarem sobre temas de própria escolha. A violência dentro de uma escola estadual na manhã de segunda-feira (27/3) foi um dos principais assuntos tratados pelos parlamentares que utilizaram a tribuna da Casa.

A professora de Ciências Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, dava aula na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, região oeste da cidade de São Paulo. Na manhã de ontem, ela foi agredida com uma faca por um estudante de 13 anos e não resistiu aos ferimentos.

A vereadora Rute Costa (PSDB) lamentou o ocorrido e defendeu a implementação de medidas de proteção para evitar tragédias dentro de unidades escolares da rede pública. “Se tivesse uma câmera de segurança, se tivesse um vigilante de plantão ali naquele lugar, certamente aquele aluno que veio encapuzado e com uma atitude muito suspeita seria interpelado antes de ter acontecido essa grande infelicidade dentro da escola”.

Da tribuna do Plenário 1º de Maio, a vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL) também se solidarizou com a família da vítima. Ela disse que o adolescente que esfaqueou a professora já havia apresentado mau comportamento em escolas onde estudou anteriormente. “Nós acreditamos em uma educação libertadora, uma educação emancipadora e uma educação em que estudantes, professores, educadores e educandos tenham paz dentro das escolas. Para isso, menos armas e mais livros”.

A vereadora Luna Zarattini (PT) foi outra parlamentar a fazer homenagens à professora Elisabeth Tenreiro. “Uma lutadora que se colocou com muita coragem para de fato continuar lecionando. É importante esta Casa fazer esta homenagem e prestar solidariedade às vítimas deste ocorrido”.

Para a vereadora Ely Teruel (PODE), é fundamental debater ações e elaborar projetos de lei para coibir a violência dentro das escolas públicas. “Independentemente de ser partido A, B ou C, o que importa é que precisam ser tomadas providências para garantir a segurança dentro das escolas”.

O vereador André Santos (REPUBLICANOS) também entende que o momento não é de embates políticos, e sim de união dos governos federal, estadual e municipal a fim de discutir soluções para o problema. “Para fazer um amplo debate e assim definir uma estratégia para que haja soluções  na questão deste problema, que já é real. Não adianta tapar o sol com a peneira, porque é uma realidade. O que acontecia apenas nos Estados Unidos, não existia isso aqui no Brasil, agora é uma realidade dentro do nosso país”.

Defensor da educação, o vereador Eliseu Gabriel (PSB) lamentou a morte da professora e cobrou ações preventivas. De acordo com ele, é preciso analisar as causas da violência para então combatê-las. “Essa violência tem crescido muito nas escolas. Na verdade, não é a escola que é violenta, é a sociedade que está violenta. E não adianta acharmos que o problema é desse menino, que é um problema isolado. Não é isolado, porque é crescente o desrespeito dos alunos com os professores, dos alunos com os próprios alunos”.

O vereador Coronel Salles (PSD) lembrou que na semana passada tramitou na Comissão de Educação, Cultura e Esportes um Projeto de Lei de autoria da vereadora Rute Costa (PSDB), que trata sobre segurança em escolas públicas municipais.

“Ela trazia no bojo da sua proposta a possibilidade de termos um sistema de vigilância nas escolas municipais. Disse à vereadora, há pouco, que ela se antecipou a esta tragédia. A Comissão deu parecer favorável à proposta para que consigamos colocar algum aparato de apoio nestas escolas”, disse Coronel Salles, que completou. “Por óbvio, não é o único remédio. Nós temos que aumentar a estrutura de psicopedagogia nas nossas escolas, inclusive nas escolas indiretas”.

Já o vereador Camilo Cristófaro (AVANTE), além de prestar condolências à família da vítima, enalteceu a atitude das professoras Cinthia Barbosa e Sandra Pereira, que imobilizaram o agressor e retiraram a faca da mão dele. O parlamentar confirmou que irá homenageá-las na Câmara com a recém-criada Medalha Jornalista Glória Maria.

“Este vereador já entrou em contato com as duas professoras, acho que até em nome desta Casa. Elas receberão a Medalha Jornalista Glória Maria, como mulheres especiais, mulheres guerreiras, mulheres que salvaram vidas”, falou Cristófaro, que também fará homenagens à família da professora Elisabeth Tenreiro. “Esta senhora de 71 anos trabalhava gratuitamente neste colégio, por amor à educação”.

Próxima sessão

A próxima Sessão Plenária está convocada para esta quarta-feira (29/3), às 15h. A Câmara Municipal de São Paulo transmite a sessão, ao vivo, por meio do Portal da Câmara, no link Plenário 1º de Maio, do canal Câmara São Paulo no YouTube e do canal 8.3 da TV aberta digital (TV Câmara São Paulo).

Assista à Sessão Plenária de hoje.

2 Contribuições

LUCIANO DE OLIVEIRA

Chamo-me Luciano Oliveira, sou Especialista em Inteligência Estratégica em Segurança. Estudo o assunto “atirador ativo” como é chamado nos Estados Unidos a mais de quatro anos. A solução é multifacetada, envolvendo varias áreas do saber. É necessário implementar e implantar um programa de Gerenciamento e Resposta que aborde 3 lapsos temporais. Antes do evento – prevenção – durante o evento – resposta – e após o evento – recuperação. Programa este que define o evento como uma problemática de realidade no Brasil. Que ensina a identificar, avaliar e gerenciar possíveis ameaças de ataques. Que ensina respostas quando a prevenção falhar. E ensina a recuperação pós evento. Ter planos de emergência quando o ataque ocorrer. Envolver todos os atores nos ensinamentos que disponho – alunos, professores, funcionários, pais e o Estado – Empoderar e equipar estes atores com conhecimento estratégico que é desconhecido por todos e de fundamental importância. As escolas precisam entender que não foram treinadas para isso, mas que podem contar com a ajuda de outros profissionais que entendam do assunto, e seguir suas orientações.

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Márcia Leão

Espero que medidas efetivas sejam tomadas para ajudar a comunidade e principalmente melhorar a educação. Eu acredito que a solução para casos como este não são simples, mas se começarmos ouvindo os jovens e as famílias a resposta será mais rápida. Vir com clichês do tipo: menos armas e mais livros, não soluciona o problema, tem que prezar por uma boa educação e por famílias verdadeiramente amparadas e orientadas para estarem mais atentas com os jovens e principalmente mais presentes em seu dia-adia.

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