Frente Parlamentar Ambientalista coleta soluções para as águas urbanas no zoneamento

ANDREA GODOY
DA REDAÇÃO

Com o objetivo de colaborar com o texto da revisão do Zoneamento da cidade, previsto no PL (Projeto de Lei) 586/2023, e trazer soluções sustentáveis e inteligentes para o meio ambiente, a Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara Municipal de São Paulo realizou uma roda de conversa sobre as águas urbanas e o zoneamento na sexta-feira (24/11), com a participação de arquitetos e urbanistas de coletivos.

Os participantes falaram sobre as consequências da superposição forçada das estruturas e vias urbanas sobre a malha hidrográfica e sugeriram alternativas sustentáveis para a preservação dos cursos e o escoamento de águas das chuvas.

“A gente recebeu muitas demandas de proteção das nascentes dos rios, os afloramentos de água que ainda existem na cidade, por isso estamos reunindo todos esses movimentos para ouvir, sistematizar e enviar para a Comissão de Política Urbana”, afirmou Natalia Chaves, que integra a Frente Parlamentar presidida pela vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL), e que conduziu a reunião.

O arquiteto e urbanista da Pedau Arquitetura, Rafael Sampaio, fundador do coletivo IVA (Infraestrutura Verde e Azul) explicou a ideia defendida pelo seu colegiado. “As estruturas verdes e azuis devem ser complementares às cinzas implantadas na cidade, para evitar esse saneamento feudal que temos, onde há enchentes e crises hídricas ao mesmo tempo. Isso é fruto do padrão de urbanismo que temos na cidade, que faz a drenagem da água como se ela fosse um resíduo, sem aproveitá-la como um recurso”, relatou.

Rafael sugere que em vez de construir reservatórios de detenção, mais conhecidos como piscinões para evitar as enchentes, a prefeitura invista em jardins de chuva conectados em um sistema com lagoas de chuva que se traduzem como infraestrutura verde e azul em contraposição com a cinza dos piscinões.

A arquiteta e urbanista do coletivo Salve Saracura, Cláudia Muniz, falou sobre o trabalho de educação patrimonial desenvolvido pelo colegiado. Ela considera que a história do bairro Bixiga deve ser contada através de seus rios; o Bixiga Japurá, Itororó e Saracura que deságuam no córrego Anhangabaú, fizeram parte da vida de povos ribeirinhos, mas depois com a urbanização ao longo do século XX foram soterrados e canalizados em momentos diferentes. “Apesar de invisíveis esses rios estão vivos, existe a presença de vegetação ciliar, calçadas encharcadas de água, os moradores relatam que a água surge no interior dos lotes em que eles moram”, destacou.

Co-criador do Rios e Ruas, o arquiteto e urbanista José Bueno concordou que é fundamental atuar na educação ambiental da sociedade para a preservação. “Até quando a gente vai enterrar rio gente? Até quando a gente vai andar pra trás? O piscinão tem uma lógica da década de 50, 70 e ainda hoje a gente ainda está com uma solução cinza?”, indagou.

Para assistir a reunião completa clique no vídeo abaixo:

 

 

 

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