Audiência pública ouve secretários sobre programa Braços Abertos

AP SAUDE TRABALHO MULHER-BRACOS ABERTOS-17-06-2015 FRANCA-04295-300ABRE

À esquerda da foto, secretário municipal da Saúde, José de Filippi Júnior, e a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer
Foto: Luiz França / CMSP


Mariana Ghirello

Da TV Câmara

A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher recebeu nesta quarta-feira (17/6) os secretários municipais que atuam de forma integrada no programa Braços Abertos, que atende usuários de crack na região da Luz, conhecida como Cracolândia. A iniciativa começou em janeiro do ano passado e tem como objetivo a melhora na qualidade de vida dos usuários e a redução dos danos causados pelo consumo de drogas. Ao todo seis secretários estavam presentes.

O secretário municipal da Saúde, José de Filippi Júnior, explicou que o projeto foi construído em parceria com especialistas, várias secretarias e ainda via diálogo com os próprios usuários. Júnior afirmou que a experiência na Luz tem sido boa e que o programa será expandido para outras seis regiões: Santana, Vila Leopoldina, Cidade Tiradentes, Santo Amaro, Jabaquara e M’Boi Mirim. “Essas pessoas têm que se reconstruir”, destaca Filippi.

Os usuários de drogas que desejam entrar para o programa podem trabalhar e ganhar R$ 15  por dia, além de alimentação e moradia nos hotéis da região. “Para nós, é muito importante a inclusão social através do trabalho. Dos 550 beneficiários do programa, 340 estão nas frentes de trabalho registrados, realizando a varrição e  o manuseio de plantas. Nós não temos o direito de desistir daquelas pessoas que estão lá”, afirma Artur Henrique Santos, secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo.

A principal polêmica em torno do projeto é a forma de mensurar se ele cumpre seu objetivo. Os vereadores questionaram o números de pessoas que deixaram de usar drogas após aderirem ao ‘Braços Abertos’. Luciana Temer, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, explica que o programa visa incentivar o usuário a deixar completamente o uso de substâncias, mas apenas a redução do consumo deve ser comemorada.

“Nós visamos que as pessoas não morram por causa da droga e convivam melhor com sua saúde e com a sociedade de modo geral. As pessoas naturalmente reduzem muito o consumo da droga, e algumas até chegam a parar”, explica Luciana. Ela destacou ainda que mais de 490 pessoas conseguiram tirar seus documentos.

O secretário de Segurança Urbana, Ítalo Miranda Junior, aponta redução na criminalidade nos locais onde existe o programa. Para ele, “existe um ciclo que precisa ser quebrado – que é quando o usuário que não tem dinheiro passa a cometer pequenos crimes para consumir. A diferença que esse trabalho faz é muito grande, é o retorno para a dignidade. Existe o policiamento, mas também existem ações sociais presentes”.

Este é um espaço de livre manifestação. É dedicado apenas para comentários e opiniões sobre as matérias do Portal da Câmara. Sua contribuição será registrada desde que esteja em acordo com nossas regras de boa convivência digital e políticas de privacidade.

Nesse espaço não há respostas - somente comentários. Em caso de dúvidas, reclamações ou manifestações que necessitem de resposta clique aqui e fale com a Ouvidoria da Câmara Municipal de São Paulo.

 Deixe o seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também