Fórum discute questões de gênero no Plano Municipal de Educação

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Debate: Porque Discutir Gênero nas Escolas?                    Foto: Andre Bueno / CMSP

DA REDAÇÃO

No dia em que a Comissão de Finanças e Orçamento apresentou o relatório final do PME (Plano Municipal de Educação) – Projeto de Lei (PL) 415/2012-, excluindo o trecho que tratava de propostas pedagógicas quanto à orientação sexual e relações de gênero, o vereador Toninho Vespoli (PSOL), que foi relator da matéria na Comissão de Educação, promoveu discussão sobre o tema na Casa.

“Nós queríamos que fosse discutido com os alunos a questão da diversidade, do respeito às diferenças, não só pessoais, como também de arranjos familiares. A relação de gêneros tem uma relação de poder embutido, ou seja, o homem branco, que nós chamamos de ‘sis’, pode tudo e vale tudo”, pontuou o parlamentar, alertando para o, segundo ele, crescimento de crimes sexuais cometidos contra crianças dentro do ambiente escolar.

A travesti Amara Moita, doutoranda em Teoria Literária pela Unicamp, entende ser um absurdo a retirada deste tipo de orientação no PME. “Não querem que se debata a Lei Maria da Penha, não querem que se debatam as questão de violência familiar contra a mulher, nenhum tipo de discussão de gênero e isso eu não consigo entender”, disse.

“Nós estamos num momento de muita intolerância em todos os âmbitos, em todos os segmentos da sociedade. O momento é extremamente delicado e precisamos parar para repensar todas as nossas práticas e discursos, é muito importante que não se confunda qual é o papel da política nisso tudo”, declarou Ester Lisboa, representante da ONG Koinonia.

Para Gisele Cristina, da Organização “Católicas pelo Direito de Decidir”, o fator que traz maior indignação a comunidade LGBT é que se conduza o debate de gêneros para questões religiosas. Gisele espera que o texto seja revertido. “Nós esperamos que os vereadores tomem consciência do porque eles foram eleitos pela população, portanto, esperamos que eles respondam positivamente no plenário com relação a inserção de gênero no PME”, acredita.

Vespoli finalizou a discussão deixando claro que, em sua opinião, há outras questões, além do debate de gêneros, que não estão sendo contempladas no relatório que recebeu parecer favorável, por unanimidade, na Comissão de Finanças. O parlamentar citou, por exemplo, o financiamento da educação pública e o número de alunos em sala de aula.

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