Fechamento de escolas é debatido em audiência publica

DA REDAÇÃO

Estudantes, professores, pais e entidades participaram da audiência publica realizada na tarde desta quinta-feira (19/11) pela Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude, na Câmara, para discutir a reorganização escolar da rede estadual de ensino e o movimento de ocupação estudantil em escolas que poderão ser fechadas na capital.

Após o anuncio do Governo do Estado de reorganização da rede de ensino, com a divulgação da lista de 94 escolas que terão outras atividades educacionais em 2016, inclusive fechando classes, movimentos estudantis, sindicato dos professores e outras entidades logo se manifestaram contrários à medida.

Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), a medida da secretaria de educação do governo estadual é uma agressão aos diretos da criança e do adolescente. “Escola é um direito da criança e do adolescente e se tem o espaço, se está funcionando, ele tem que ser organizado para poder melhorar seu atendimento, ampliar, e não fechar. E fora, que todo escola que tenha em algum lugar, e principalmente na periferia, é uma luta da comunidade, e ela não pode ser fechada simplesmente, sem nenhum dialogo. Isso é errado e é contra todos os princípios das leis do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”, ressaltou a vereadora.

As manifestações dos estudantes e professores alegam a falta de plano pedagógico e de diálogo com a comunidade escolar para ação. Os atos culminaram na última semana com a ocupação dos estudantes em cerca de 70 escolas, em todo estado.

“Isso acontece porque as escolas já estão em uma situação precária, com salas de aula superlotadas, falta de professores, falta de material didático e a proposta do governo é que feche mais escolas. Ou seja, é que as salas fiquem mais cheias, que ainda falte mais material e que o trabalho do professor seja ainda mais pesado. Os estudantes fizeram isso de maneira muito espontânea. A galera da escola mesmo se organizava ali, fechava escola e dava recado: ‘Esta escola o Governador não vai fechar! É uma luta da educação publica pela educação publica”, destacou a coordenadora da UEE (União dos Estudantes do Estado de São Paulo) e representante do coletivo estudantil Vamos a Luta, Lorena Fernandes.

De acordo com a diretora estadual da Apoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Anatalina Lourenço, as reivindicações dos alunos são as mesmas dos professores.

“Essa desorganização ou reorganização vai impactar a vida dos profissionais da educação, principalmente dos professores, dos alunos e das famílias. Em nenhum momento a nossa pauta é só uma pauta de índice salarial, ela é uma pauta social. Além da remuneração, temos as condições de trabalho que depende de contratação de funcionário, depende do prédio, do número de alunos em sala, de materiais didáticos. Então, essa é uma pauta conjunta. Defender a escola publica é uma pauta conjunta daqueles que a usam e daqueles que trabalham nela”, afirmou Anatalina.

A mãe de ex-alunos da E.E. Sinhá Pantoja, na zona sul, Cristina Aparecida Cruz, é apoiadora do movimento de ocupação dos estudantes. Ela destacou a importância de manter ativa no bairro. “Na periferia tudo é mais difícil mesmo, já não temos infraestrutura, não temos nada. E uma escola praticamente ‘dentro de casa’, os pais tem mais segurança. Você sai para trabalhar, você está deixando seu filho na sua comunidade, e na comunidade todo mundo se conhece. Então, você põe seu filho do portão para dentro, vocês sabe que ali todo mundo te conhece, os alunos se conhecem e todos são amigos, e isso torna a escola mais segura. Quando você coloca em outro bairro fica tudo mais difícil”, disse.

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