Resposta: O Estadão não tem jeito

Editorial de hoje (9/12), intitulado a “A Câmara não tem jeito”, do vetusto periódico mais uma vez compra versões como se fossem verdades e reafirma preconceitos existentes na preguiçosa matéria do mesmo jornal publicada na edição de segunda-feira (7/12).

Aponta  um suposto gasto perdulário da Câmara de Vereadores ao fazer publicidade na plataforma VotenaWeb, em troca da customização do site, que funciona há mais de cinco anos divulgando projetos dos deputados federais, para poder abarcar os projetos dos vereadores.

Num lampejo de lucidez, o editorial reconhece que o serviço é de inegável interesse publico. Mas aponta que a plataforma Euvoto poderia desempenhar o mesmo papel gratuitamente, comprando acriticamente a versão dos desenvolvedores desse site, diga-se de passagem gente de valor. Ocorre que, do ponto de vista da forma de contratação, com anúncios publicitários da Câmara, fica claro que essa comparação rasa que a reportagem faz não se sustenta.

O VotenaWeb existe há anos e tem na cidade de São Paulo mais de 70 mil cadastrados. Muito diferente do EuVoto, que ainda é embrionário e com poucos cadastrados. Pelo raciocínio primário sustentado na matéria e no editorial, é como se, ao invés de anunciar no Estadão o convite para os paulistanos participarem de uma audiência publica, a Câmara Municipal optasse por publicar o chamamento em um pequeno jornal de bairro que cedesse gratuitamente espaço em suas páginas. Esta possibilidade, do ponto de vista do interesse do Legislativo de que a informação sobre a audiência alcance o maior número possível de cidadãos, não teria o menor sentido.

O que tem sentido é anunciar num jornal de circulação maior, que por isto cobra mais caro, e também num jornal de bairro. E é isso que o Legislativo tem feito. A Câmara já aprovou convênio com a organização Open Knowledge, desenvolvedora da plataforma EuVoto, para realização de cursos sobre transparência e governança de dados e, ainda, para utilização da ferramenta EuVoto. Em nenhum momento a Open Knowlodge solicitou que fosse suspensa a publicidade que a Câmara faz junto à WebCitizen, responsável pelo VotonaWeb.

Aonde a matéria é preguiçosa? Na apuração. O gasto de R$ 53 mil mensais com este tipo de publicidade é o gasto máximo, se atingida todas as metas de visualização (page view) da página. Isto foi informado ao jornal. Em outubro, a Câmara gastou R$ 22 mil com a publicidade no VotenaWeb, pois a meta não foi atingida.

A agência de publicidade que presta serviço à Câmara (contratada mediante licitação) não recebe R$ 26 milhões para divulgar o trabalho dos parlamentares. A dotação orçamentária da publicidade do Legislativo em 2015 é que é de R$ 26 milhões. Mas, já no inicio deste ano, a Mesa Diretora decidiu que não gastaria mais do que R$ 18 milhões – e a previsão é que ao final do atual exercício não se chegará a nem isto! Era só perguntar….

Aliás, os gastos com publicidade não foram utilizados para “engrandecer e alardear este trabalho que tanto deixa a desejar”, como escreve o editorial, mas sim para divulgar e convocar as audiências públicas do programa Câmara no Seu Bairro, que tiveram grande participação popular. Mais de 12 mil pessoas estiveram nas 32 sessões realizadas, diga-se de passagem sem nenhuma cobertura do Estadão. E na divulgação, também, das audiências da Lei de Uso e Ocupação do Solo, que igualmente contou com a participação de milhares de pessoas. Esta sim com alguma cobertura do jornal, que tem dificuldade enorme em reconhecer que os inúmeros avanços que estão sendo incorporados na futura Lei do Zoneamento se devem à participação dos vereadores no processo.

O Estadão enxerga a árvore, no caso um pequeno arbusto, mas deixa de enxergar a floresta. A Câmara tem um orçamento de R$ 553 milhões para este ano. A Mesa Diretora, no início de 2015, colocou como objetivo economizar 10% deste valor. Para tanto, houve renegociação de contratos com fornecedores, licitações de serviços por preço mais barato do que o existente, mudanças no cronograma de obras previstas e diminuição no gasto com a verba de publicidade. Com todo este esforço, a Câmara deverá fechar o ano com uma despesa empenhada por volta de R$ 493 milhões. Uma economia de cerca de 12%. Para efeito de comparação: no ano passado a Câmara empenhou R$ 498 milhões.

Portanto, mesmo com uma inflação de 10%, o Legislativo teve em 2015 redução real e nominal dos valores gastos, mudando a curva de crescimento constante dos seus gastos.

É sempre bom que os paulistanos, na época de eleição, deem resposta ao que consideram que está errado. Os vereadores são submetidos a esta avaliação de quatro em quatro anos. Assim é a democracia. Os jornais passam por avaliação diária e, quando erram, também estão sujeitos a perder: credibilidade, leitores e assinantes.

Assessoria de Imprensa da Presidência

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