Faixa exclusiva da Giovani Gronchi é debatida em audiência pública

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Vereadores ouvem reivindicações da população sobre faixa exclusiva na Giovani Gronchi
Foto: Luiz França / CMSP

RAFAEL CARNEIRO

Implantada no início de fevereiro, a faixa exclusiva de ônibus da avenida Giovani Gronchi, que corta as zonas sul e oeste da capital, foi tema de uma audiência pública realizada na tarde deste sábado (9/4), no Colégio Pentágono. Mais de 100 pessoas estiveram presentes e algumas delas levaram soluções para melhorar a circulação ao longo da via que, segundo os moradores locais, piorou ainda mais.

A agente de viagens Mariângela Esteia vive no Morumbi há 20 anos e utiliza a via todos os dias para chegar ao seu trabalho no Brooklin. “A faixa exclusiva atrapalhou muito os moradores daqui. Aumentou o meu tempo de ida ao trabalho em 40, 50 minutos e agora tenho que levantar muito mais cedo para chegar no horário. Eles colocaram essa faixa exclusiva na Giovani e ficou péssima porque quase não tem ônibus andando”. Para Mariângela, uma possível solução seria retirar a faixa exclusiva e criar faixas reversíveis que mudariam a sua direção de acordo com o maior volume de carros no período.

Roberto Fonseca, engenheiro civil e membro da Associação Cultural e de Cidadania do Panambi, ressalta que o trânsito da Giovani Gronchi poderia ser amenizado com três medidas aproveitando a faixa: a criação de baias em pontos de estacionamento com o objetivo de não acumular muitos ônibus na faixa exclusiva, transferir algumas linhas de ônibus que trafegam na Giovani Gronchi para a avenida Hebe Camargo e a terceira medida seria uma frota de veículos movidos a bateria, pois são mais rápidos, além de não poluírem o ambiente.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), cerca de 280 mil passageiros de ônibus foram beneficiados. José Tarcísio de Oliveira, representante da Secretaria Municipal de Transportes, afirmou que antes da faixa exclusiva era possível percorrer de ônibus a avenida em 50 minutos. Hoje, esse percurso pode ser feito entre três e seis minutos.

Moradores lotaram a quadra do colégio

Moradores lotaram a quadra do Colégio Pentágono, no Morumbi     Foto: Luiz França / CMSP

Camila Argenta, moradora da Vila Andrade há quatro anos, achou excelente a implantação da faixa. “Levava cerca de 45, 50 minutos até o meu trabalho na avenida Paulista. Eu sempre oscilei entre usar o carro e o ônibus. Tinha momentos em que eu tentava usar o ônibus porque queria utilizar o transporte público, mas levava 1h30 e ficava muito cansada. Quando foi criada a faixa exclusiva, eu experimentei e vi que o trajeto de 1h30 passou a ser de 1h. Eu também fiz o teste de usar o carro com a faixa já em operação, mas meu tempo de percurso diminuiu 15 minutos”, lembra a arquiteta. Apesar da melhoria, Camila salienta que é preciso aumentar a frequência dos ônibus na faixa e também a variedade de destinos. “Acho que isso atrairia mais usuários para o transporte coletivo”, diz.

Proponente da audiência pública, o vereador Aurélio Nomura (PSDB) ressalta a importância de se buscar alternativas para a mobilidade urbana na região. “Nós propusemos essa audiência porque vem se verificando que a faixa exclusiva tem gerado um congestionamento tremendo. Infelizmente a avenida Giovani Gronchi é uma das poucas vias de acesso para os bairros. Você vê que as ruas paralelas têm dificuldades de ter uma circulação intensa. Isto impede essa questão da mobilidade”, afirma.

A faixa exclusiva de ônibus da avenida Giovani Gronchi faz parte da “Operação Dá Licença para o Ônibus”, medida da prefeitura que prioriza o transporte coletivo em São Paulo.

2 Contribuições

Rafael Gândara Calabria

Os argumentos contra a faixa são os mesmos de 3 anos atrás e não fazem sentido como aqueles não fizeram. O Impacto no carro é óbvio, é uma redistribuição do espaço, o carro tem todo espaço do viário, e isso precisa ser mudado. O argumento do Vereador opositor, que parece ser contrário é, na verdade, uma defesa da faixa. “A Giovani é uma das poucas vias de acesso ao bairro”, sim, por isso deve ser o corredor de ônibus principal do bairro.

Responder
Rodrigo Galindo

A frequência dos ônibus é irregular e a maioria está sempre cheia. Isto ocorre em boa parte da cidade, o que serve de argumento para que as pessoas não desistam dos carros.
Por favor, coloquem os assessores dos vereadores para monitorarem as linhas mais cheias. Mas antes tracem um plano do que deve ser observado é anotado. Algo que após o estudo possa ser transformado em ações.

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