Debate aborda relações entre religião e direitos humanos

Quando a fé liberta e quando ela é opressiva? Esse é o questionamento que foi colocado para os participantes do debate Formação Aberta: Fé e Direitos Humanos, realizado nesta quinta-feira (4/4), na Câmara Municipal.

A mesa do evento foi composta pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL), que mediou a discussão, pelo padre Júlio Lancellotti, membro da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, e Laura Cymbalista, secretária de direitos humanos do diretório estadual do PSOL.

Vespoli, que começou sua trajetória política nas Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, disse que o evento teve o objetivo de levantar questões a respeito da atual conjuntura do país, na qual a religião muitas vezes é invocada para negar direitos a grupos como homossexuais e mulheres.

É interessante refletir sobre essas questões. Que tipo de fé liberta as pessoas? Que tipo de fé faz as pessoas criarem consciência critica, as torna autônomas, questionou o vereador.

A recente eleição de Marco Feliciano (PSC) para a presidência Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados também foi discutida pelos participantes. Para o padre Lancellotti, muitas das declarações de Feliciano – o deputado já disse que a homossexualidade irá destruir a família e que os negros foram amaldiçoados por Deus – são demonstrações de ódio que não podem ser toleradas em um parlamentar.

A liberdade de expressão não pode ser uma liberdade que destrua os outros. Eu não tenho direito de falar o que eu quero, se o que eu quero falar destrói outra pessoa, afirmou o sacerdote.

Para Laura, os direitos humanos serão plenamente respeitados apenas se o debate público for pautado por princípios republicanos, como a igualdade, a laicidade e o direito à divergência – até para que os direitos religiosos de todos sejam assegurados. É um Estado laico que vai garantir que todo mundo tenha religião e possa viver essa religião em sua plenitude, declarou a militante.

(04/04/2013 20h12)

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