Comissão da Verdade recebe jornalista Caco Barcellos

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Comissão da Memória e Verdade e Caco Barcellos abordaram as reportagens sobre a descoberta da Vala de Perus, na década de 90
Fotos: André Bueno / CMSP


DA REDAÇÃO

A Comissão da Memória e Verdade recebeu o jornalista Caco Barcellos — conhecido por realizar reportagens especiais de cunho investigativo —, na noite desta quinta-feira (2/5), no plenário 1º de Maio da Câmara Municipal. Barcellos falou das reportagens que produziu na década de 90 sobre a Vala de Perus (local onde 1.049 ossadas de adultos foram encontradas. Havia também cerca de 500 restos mortais de crianças menores de 10 anos).

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Jornalistas Audálio Dantas, membro da Comissão Municipal da Verdade, e Caco Barcellos

Barcellos destacou a importância do trabalho investigativo feito à época que tornou pública a questão e ressaltou que é ‘obrigação do repórter’ contar os fatos com precisão, porque esse trabalho certamente vai influenciar outros que virão por consequência.

“Nós da reportagem, principalmente, somos o que registram a história no instantâneo, evidentemente que os registros para a literatura serão feitos mais tarde pelos historiadores, assim como outros trabalhos, mas todos estarão baseados naquilo que é registro feito pela reportagem. Se a gente fizer mal esse trabalho, todos sofrerão com esse erro nosso”, disse o jornalista.

“Hoje a gente colocou aqui o Caco Barcellos, porque ele foi um dos responsáveis por colocar isso na mídia, porque também se não tivesse uma cobertura midiática, nós não teríamos tantos avanços no assunto da Vala de Perus”, acrescentou a vereador Juliana Cardoso (PT).

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Ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT)

Adriano Diogo, ex-deputado estadual e integrante da Comissão, afirmou que a participação do jornalista na Comissão é muito importante, tendo em vista a importância de seu trabalho jornalístico na descoberta da vala. Diogo, no entanto, ressalta que apesar de tudo o que vem sendo feito, muitas perguntas ainda permanecem sem respostas.

“Nós aqui da Comissão temos uma ênfase total em cima da vala, porque ela não foi uma falha geológica, que um dia caiu um raio lá e abriu e mil e quinhentas ossadas foram enterradas lá, claro que não. A vala foi feita por alguém da prefeitura à época, um prefeito mandou, um diretor do serviço funerário, enfim, muita gente participou e as perguntas não foram respondidas até hoje”, pontuou.

‘Vala’ de Perus

Conhecida como “vala de Perus”, a cova comum foi descoberta em cinco de setembro de 1990, no cemitério Dom Bosco, em Perus, zona norte de São Paulo. Além das 1.049 ossadas de adultos que foram encontradas, havia também cerca de 500 restos mortais de crianças com menos de 10 anos. As ossadas correspondem a indigentes, presos políticos e vítimas do chamado esquadrão da morte. Com a repercussão do caso, a Câmara Municipal de São Paulo instalou entre setembro de 1990 e maio de 1991 uma CPI para investigar a vala de Perus.

A Comissão da Verdade — instalada em setembro de 2014 pela prefeitura de São Paulo e que realiza suas audiências na Câmara Municipal de São Paulo —, é presidida por Teresa Lajolo (ex- vereadora e professora, também integrou a secretaria municipal de Transportes na época de Erundina). Além dela, Adriano Diogo (ex-deputado estadual), Fermino Fecchio (advogado e ex- ouvidor nacional da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República), Audálio Dantas (ex-deputado federal e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo) e Camilo Vannuchi (jornalista) também fazem parte da comissão.

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