Filme retrata discriminação contra japoneses no Estado Novo

RenattodSousa / CMSP
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Uma das histórias mais trágicas da história da imigração japonesa no Brasil aconteceu em 1946, quando Jinsanku Wakiyama foi assassinado por um grupo de compatriotas. O motivo do crime foi a recusa de Wakiyama, membro influente da comunidade nipônica na cidade de São Paulo, em reconhecer a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial.

O conflito entre derrotistas e vitoristas deixou dezenas de outras vítimas e motivou o best-seller Corações Sujos, de Fernando Moraes. Em Yami no Ichinichi O crime que abalou a colônia japonesa no Brasil, o diretor Mario Jun Okurara retrata o incidente no contexto da repressão sofrida pelos imigrantes japoneses durante o Estado Novo.

O filme foi exibido nesta quarta (9/10), na Câmara, em uma iniciativa do gabinete do vereador Aurélio Nomura (PSDB).

Foi uma ditadura que impôs restrições brutais, como fechamento de escolas, restrição ao uso do idioma, proibição de aglomerações, a necessidade de salvo-conduto para se locomover dentro do território. Reconstituindo essa história, nós vemos que foi uma coisa brutal, comentou o diretor.

Para o realizador, a disputa dentro da comunidade foi uma consequência direta dessas violações aos direitos humanos. Não era permitido publicar nada em japonês, como as pessoas poderiam ter acesso à informação, questiona o cineasta.

A obra, que está disponível gratuitamente na internet, também denuncia centenas de prisões e condenações injustas realizadas pelo Estado brasileiro, além de diversos casos de tortura. Segundo Okuhara, a maior parte das pessoas punidas por crimes relacionados ao conflito era inocente. A questão está sendo investigada pela Comissão Estadual da Verdade, que fará uma audiência sobre o tema nesta quinta (10/10), às 15h, no auditório Paulo Kobayashi.


Assista o documentário:

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(09/10/2013 21h)

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