O fechamento de supermercados e shoppings centers aos domingos foi tema de audiência pública realizada nesta quarta-feira, convocada pela Comissão de Finanças e Orçamento. O vereador Alfredinho (PT), autor da proposta, disse que a discussão é antiga, porém ele a trouxe novamente para a Câmara, pois trata-se de reivindicação justa dos funcionários do setor . Temos que dar oportunidade de trabalhadores terem domingos com suas famílias, argumentou.

Sindicalistas apoiaram Alfredinho. Somos a categoria que mais trabalha nesse país e vemos que as empresas estão bem à custa dos trabalhadores, disse José Gonzaga, vice-presidente do Sindicato dos Comerciários. Representantes da categoria narraram reclamações vividas diariamente pelos funcionários de grandes redes: estresse, Lesão por Esforço Repetitivo (LER), e alcoolismo foram alguns dos citados.

Já os representantes dos lojistas fizeram ressalvas ao projeto.  Mercedes Moschera, do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga), chamou-o de tiro no pé, pois acredita que ele acarretará em uma perda de postos de emprego que o micro e pequeno empresário não conseguirão repor. Também contrário à mudança, Roberto Longo, da Associação Paulista de Supermercados (APAS), disse que a população já está acostumada a fazer compras aos domingos, motivo que este é o segundo melhor dia para o comércio. Vai ser o caos total, lamentou.

Sobre as condições de trabalho, Longo disse que os acordos coletivos já proporcionam ao menos dois domingos livres ao mês para os funcionários, e lojas fechadas no Natal e Ano Novo. O diretor de Assuntos Jurídicos e Financeiros da APAS se comprometeu, em uma segunda audiência pública que a Comissão deverá agendar para continuar o debate, trazer estudos sobre impactos da proposta de lei no faturamento e no número de empregos nos supermercados. Se houver a diluição das vendas nos outros dias da semana, obviamente seremos favoráveis ao projeto, garantiu.

(15/05/2013 14h29)