Debate aborda o papel das mulheres na política

CAROL CÂMARA
DA TV CÂMARA

No Brasil as mulheres têm direito ao voto há apenas 85 anos. Se votar já foi um processo difícil, imagine se candidatar a uma vaga de representante política. Apesar do eleitorado atual do país ser formado por uma maioria feminina (52%), a quantidade de mulheres que se candidatam ainda é pequena.

Na última eleição municipal, de cada 10 candidatos, apenas 3 eram mulheres. Os resultados das urnas também são desanimadores: para cada nove homens, apenas uma mulher foi eleita prefeita em primeiro turno, segundo dados apresentados pela professora e pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas Lígia Pires Pinto, que participou nesta segunda-feira (13) do ‘Segundas Paulistanas’ — evento realizado na Câmara Municipal para discutir as políticas públicas para as mulheres.

Segundo Lígia, falta apoio dos partidos políticos para que a representatividade feminina na política aumente. “De tal forma que elas tenham campanhas verdadeiras, campanhas apoiadas com financiamento partidário e diversos outros tipos de apoio como, por exemplo, espaço de fala e visibilidade”, disse.

Na comparação com a situação mundial, o Brasil tem uma das piores taxas de presença de mulheres no Congresso Nacional. De acordo com a União Interparlamentar, o Brasil ocupa a posição de número 155 num ranking de 193 países. Com apenas 51 mulheres na Câmara e 13 no Senado , o país está atrás do Afeganistão, Iraque e Arábia Saudita. Na Câmara Municipal  de São Paulo, entretanto, o número de mulheres eleitas mais do que dobrou na atual legislatura. Onze vereadoras foram eleitas. Elas representam 20% dos parlamentares da Casa. A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda 50%.

Vereadora Aline Cardoso (PSDB)

“Infelizmente, em capitais, em cidades da Grande São Paulo, essa não foi a realidade. A gente teve, sim, uma queda no número de mulheres na política. Sou adepta da educação política para despertar nas mulheres o interesse de participar mais da política, talvez seja um dos primeiros passos”, disse a vereadora Aline Cardoso (PSDB)

Para a advogada e representante do Grupo de Mulheres do Brasil,  Raquel Preto, a baixa participação feminina na política influencia diretamente a construção de políticas públicas voltadas às mulheres.

“Por exemplo, Projeto de Lei para combate da violência contra a mulher ou para valorizar a participação da mulher em espaço político simplesmente não são pauta prioritária, porque, afinal de contas, quem está no legislativo, a grande maioria, é homem”, disse Raquel.

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