Discussão sobre Escola Sem Partido divide plenário

André Bueno/CMSP

O projeto do Escola Sem Partido dividiu o plenário

 

DA REDAÇÃO

Uma discussão pública convocada pelo vereador Fernando Holiday (DEM) colocou lado a lado defensores e críticos do PL 325/2014, o projeto municipal da Escola Sem Partido que tem o democrata e o vereador Eduardo Tuma (PSDB) como autores, em uma discussão pública, no Plenário 1º de Maio, na noite desta segunda-feira (22/5).

O tucano afirmou que “a intenção do projeto não é privar os alunos de um ensino político, mas ministrar aulas sem vieses a esquerda ou direita”, disse. De acordo com ele, “doutrinar” estudantes “fere a política pública nacional de educação”.

André Bueno/CMSP

Miguel Nagib

Nas cadeiras do plenário a plateia estava dividida para ouvir os convidados do evento organizado pelo democrata. Entre eles estava o advogado Miguel Nagib, idealizador do Escola Sem Partido. Ele mostrou vídeos feitos em escolas públicas do Brasil onde alunos se manifestam politicamente e fez críticas.

“Existem professores de esquerda e de direita que usam seus cargos para promover suas preferências políticas, ideológicas e partidárias”, disse. Ainda segundo ele, as ocupações de escolas estaduais em São Paulo, em 2015, não teriam ocorrido caso houve leis de Escola Sem Partido. “As ocupações foram incentivadas por professores e militantes que usam os alunos como massa de manobra.”

Os vereadores Rinaldo Digilio (PRB), Caio Miranda (PSB) e Gilberto Nascimento (PSC) também participaram do evento, junto com Kim Kataguiri, coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre), o filósofo Francisco Razzo e o vereador de Londrina Filipe Barros (PRB-PR)

Debate

Foi durante o debate com os presentes que os contrários ao PL de Tuma e Holiday apareceram para dar suas opiniões. Entre eles, o professor de física Osvaldo de Souza, 37 anos. Segundo ele, a posição ideológica dos estudantes acontece fora das salas de aula.

“A formação que os estudantes têm se dá pelas necessidades concretas e não pela fala de professores. É quando o estudante da periferia e da escola pública passa necessidade, está sem emprego, com fome e sofrendo violência policial. Tudo isso é formação política e crítica.”

A professora universitária Maria do Carmo Paulino, 46 anos, afirmou que o PL “é um projeto muito limitador”. “Esse projeto tem um viés político de uma direita que se incomoda com os professores que estão na sala de aula. Aqui não se falou do dever do Estado e sabemos o quanto a educação está precária e sucateada.”

Uma Contribuição

Aline Gonçalves

Este projeto além de confuso, limita a autonomia do professor, limita a matéria, limita a discussão em sala.
Para colocar em pratica alguns desses itens, é necessário mudar o conteúdo de algumas matérias, por exemplo no Art 1 VI conflita com minhas convicções que minha filha estude sobre a escravidão no formato atual.
Conflita com as convicções católicas que se estude o evolucionismo.
Conflita com as convicções anarquistas que se estude formas de governo.
Conflita com as minhas convicções morais, que se estude história grega e descobrimento do Brasil.
Devemos lembrar que todas as bases são ideológicas, mas a questão central é se a ideologia inclui ou exclui.

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