Monólogo ‘Gandhi, um líder servidor’ é encenado na Câmara

Marcelo Ximenes/CMSP
Marcelo Ximenes / CMSP

A Câmara Municipal recebeu nesta quinta-feira o monólogo Gandhi, um líder servidor, interpretado pelo ator João Signorelli. A peça, com texto baseado principalmente em discursos e textos originais de Mahatma Gandhi, levou ao público os ideais de transformação social através do amor e da não-violência, exercidos pelo líder em sua luta pela independência da Índia.

Além de reproduzir frases célebres de Gandhi, como olho por olho e o mundo acabará cego, o monólogo apresentado na Câmara trouxe referências atuais, como a morte de 12 crianças em uma escola no Rio de Janeiro. Às vítimas do ocorrido, o personagem afirmou desejar que chegue a luz cor-de-rosa do amor, para que fatos como esse não ocorram mais.

Para Signorelli, que interpreta Gandhi há sete anos e meio, a resposta da plateia é sempre muito positiva. Segundo ele, é interessante trazer ao Palácio Anchieta justamente um texto que aborda uma figura política, que propunha o exercício da liderança aliado ao exemplo pessoal, ou seja, uma conduta ética única que guiasse os indivíduos em suas vidas pública e privada.

As falas de Gandhi sobre as características de um líder foram as que mais tocaram Virgínia Santos, que assistiu à peça pela segunda vez. É muito comovente a maneira com que ele fala. Outro espectador, o sul-africano Carlos Magalhães, disse que Gandhi é sempre atual. As pessoas deveriam vir mais a eventos como esse, completou.

Segundo o vereador Eliseu Gabriel (PSB), responsável por trazer a peça à Câmara, o auditório Freitas Nobre é um espaço com um grande potencial para receber eventos como esse. O parlamentar pretende aproveitar o local com mais frequência, e propõe a realização de iniciativas semelhantes uma vez por mês.

A vida de um líder pacifista
Mohandas Karamchand Gandhi, que ficou conhecido como Mahatma Gandhi (em sânscrito, Mahatma significa “grande alma”), foi um dos idealizadores do Estado indiano e idealizador do Satyagraha — o princípio da não-violência como meio de protesto.

Nascido em 2 de outubro de 1869 na cidade de Porbandar, na Índia, era filho de um político local. Aos 19 anos, viajou para a Inglaterra para estudar Direito e, depois de formado, passou a exercer a profissão em Durban, África do Sul (1893).

Sua militância começou após um incidente numa viagem de trem, em que ele, que ocupava a primeira classe, se recusou a ser transferido para a terceira classe pelo fato de não ser branco. Como consequência, foi atirado para fora do vagão. Foi então que passou a advogar em defesa da minoria.

Em 1914, voltou a Índia e se envolveu com o movimento pacífico pela independência do país — que vivia sob o domínio inglês —, sem o uso da violência. O jejum era uma das formas usadas para protestar, e Gandhi chegou a ser preso diversas vezes pelas autoridades.

Sua posição pró-independência se tornou mais forte depois do Massacre de Amritsar, em 1920, quando soldados britânicos mataram centenas de indianos que protestavam pacificamente contra medidas autoritárias do governo.

Com a Marcha do Sal, em 1930, Gandhi conseguiu levar milhares de pessoas até o mar para que colhessem o próprio sal e, assim, deixassem de pagar as taxas que incidiam sobre o produto comprado.

Em 1942, já durante a Segunda Guerra, o líder foi preso novamente e assim permaneceu por dois anos. Ao final dos combates, reiterou a necessidade de “uma paz real baseada na liberdade e igualdade de todas as raças e nações”.

Apesar da luta pela independência da Índia, Gandhi era contrário à divisão do país em dois Estados — o que acabou acontecendo: surgiu a Índia, de predominância hindu, e o Paquistão, de predominância muçulmana.

Ele realizou grandes esforços na pacificação entre muçulmanos e hindus, porém acabou assassinado em 1948 a tiros, em Nova Déli, por um extremista hindu. Seu corpo foi cremado e suas cinzas foram jogadas no rio Ganges.

(14/04/2011 – 13h15)

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