Câmara Municipal reassume papel atuante nos anos 1950

Acervo CMSP

Vereadores visitam a região de Perus em 1953

DA REDAÇÃO

Com liberdade plena para funcionar a todo vapor, a Câmara Municipal passou a concentrar debates fundamentais sobre uma nova São Paulo, que emergia na década de 1950.

Naquela época, a cidade já era a maior do Brasil, com 2 milhões de habitantes. Na área econômica, já havia se tornado o mais importante centro financeiro, além de abrigar o maior parque industrial do país.

Em um momento de crescimento acelerado e a chegada em massa de imigrantes, o Legislativo Paulistano teria de lidar com os desafios de um município cosmopolita e em constante mudança.

Esse cenário levou os vereadores a discussões mais amplas sobre planejamento urbano. Foi quando começou a funcionar a Comissão Orientadora do Plano Diretor, em 1953.

Além dos parlamentares, o grupo recém-criado contava com a presença e participação efetiva de figuras históricas como Prestes Maia, Anhaia Melo e Henrique Lefèvre, entre outros.

As demandas da área urbanística, cada vez mais urgentes, eram levadas à Prefeitura pelos vereadores enquanto o Plano Diretor estava sendo elaborado.

Em meio à consolidação inevitável de São Paulo como a mais pujante metrópole brasileira, a Câmara Municipal se destacou ativamente nesse processo, simbolizado à época pelas festividades do IV Centenário.

Muitas atividades foram realizadas com a participação de vários setores da sociedade. Entre os eventos, houve a inauguração de prédios, monumentos e parques, desfiles e seminários diversos, em um esforço mútuo de relembrar o passado paulistano, apontando novos rumos para a cidade.

Primeira Mulher

Acervo CMSP

Anna Lamberga Zéglio

Em novos tempos políticos e sob um ar fresco de modernidade que começava a soprar nos primeiros anos da segunda metade do século passado, a Câmara Municipal teve, finalmente, a primeira vereadora da história.

“Que sejam minhas primeiras palavras aqui proferidas dedicadas à mulher em geral e, em especial, como homenagem à mulher brasileira. Também formulo os meus votos para que a minha presença seja, neste recinto, um estímulo à mulher no sentido de incentivá-la em sua evolução pelo interesse não só das cousas da administração pública como de outros que lhe são vitais”.

Essas foram as palavras do discurso de posse de Anna Lamberga Zéglio, do PSP (Partido Social Progressista), em fevereiro de 1953.

Vale lembrar que Anna não foi a primeira mulher eleita para a Casa Legislativa de São Paulo, mas a primeira que realmente exerceu o cargo.

Quatro anos antes, em 1948, os paulistanos escolheram Elisa Kaufmann, do PST (Partido Social Trabalhista), para compor o Legislativo, mas ela não pode tomar posse porque o Tribunal Superior Eleitoral cancelou, à época, a inscrição do partido.

Recentemente, em 2013, um ato da Mesa Diretora da Câmara restituiu formalmente o mandato de Elisa.

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