Moradores de área de risco cobram clareza sobre remoções

Fábio Jr. Lazzari / CMSP
Fabio Jr. Lazzari / CMSP

A remoção de cerca 300 famílias das proximidades do córrego Zavuvus, na Zona Sul de São Paulo, foi discutida nesta quinta-feira em audiência pública organizada pela Comissão de Administração Pública da Câmara. O debate, que lotou o Auditório Prestes Maia, reuniu membros do Executivo, parlamentares da Casa e moradores dessa região e de outras que enfrentam situação semelhante.

O córrego Zavuvus, parcialmente canalizado, possui um trecho problemático, por conta de moradias que ocupam sua margem, como explicou na audiência Luciana Pascarelli, assessora técnica da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras.

 Segundo ela, um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) identificou que algumas casas em situação de risco considerado alto e muito alto precisariam ser removidas em definitivo; outras provisoriamente, enquanto seriam realizadas as obras de contenção. Aproximadamente 100 residências já foram demolidas nas margens dos Zavuvus, que além das enchentes, possui áreas com risco de deslizamento.

Os moradores da região questionam a ação da subprefeitura de Cidade Ademar, responsável pelo local, afirmando que as remoções são feitas sem explicação e de maneira truculenta. Benedito Barbosa, militante do Movimento de Moradia da Região Sudeste, denunciou que as casas a serem demolidas são pichadas pela Prefeitura e seus moradores são ameaçados pelos técnicos.

Para o vereador José Américo (PT), a ação da subprefeitura de Cidade Ademar foi desastrada.  Em sua opinião, seria preciso falar com a comunidade, mostrar mapas, apresentar projetos da retirada de famílias e de obras. Ele acredita que, com mais atenção dos vereadores, as pessoas receberão um tratamento mais cidadão nas remoções.

O Secretário de Coordenação das Subprefeituras, Ronaldo de Souza Camargo, se comprometeu a se encontrar semanalmente com cinco representantes de cada região com áreas de riscos na cidade a fim de esclarecer as ações. Na audiência pública, ele explicou que as primeiras remoções no córrego Zavuvus foram feitas em caráter de urgência para evitar a morte de pessoas, como já ocorreu no passado. Ninguém quer ver uma fatalidade por descaso do poder público, disse Camargo.

NOVAS MORADIAS
Não estamos aqui para enfrentar as autoridades, estamos pedindo orientação, disse José de Souza Filho, da Associação de Moradores do Jardim Esperança. Segundo ele, as pessoas estão assustadas com a iminência de remoção, muitas delas feitas à força. Não estamos contra a Prefeitura, mas queremos ações dignas.

Para o coordenador do Programa de Mananciais da Secretaria de Habitação, Ricardo Sampaio, as ações no córrego Zavuvus estão ocorrendo de maneira apropriada. Ele afirmou que todos moradores da região serão beneficiados pelo aluguel social até que recebam uma nova moradia. O vereador José Ferreira Zelão (PT) questionou se as unidades correm risco de não serem entregues, tendo em vista as eleições municipais em 2012. A Secretaria ainda está estudando onde serão construídas as novas casas.

Sobre o aluguel social, muitos presentes na audiência pública afirmaram que os valores estipulados pela Secretaria de Habitação — R$ 400 no caso dos moradores das margens do Zavuvus — não condizem com a realidade do mercado. Sampaio afirmou que o benefício é recalculado periodicamente.

(16/06/2011 15h13)

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