Palestra aborda o processo do luto e como lidar com ele

Luiz França/CMSP

“Encontros Temáticos: Paladar e Emoções” na Câmara Municipal debateu como lidar com o luto

ELDER FERRARI
DA WEB RÁDIO CÂMARA

Como lidar com a morte, o luto. Esse foi o tema da palestra “Encontros Temáticos: Paladar e Emoções” ministrada nesta terça-feira (3/10), na Sala Sérgio Vieira de Melo do Palácio Anchieta.

O luto é um processo de angústia resultado de uma perda significativa em nossas vidas e tende a fazer parte de todo fim que vivenciamos. Todo esse processo leva um tempo, que vai de pessoa para pessoa, segundo explicou a palestrante Tânia Corrêa Toledo Ferraz Alves, médica supervisora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. Mas ela ressalta que há casos em que o luto se torna patológico.

“Vai ficar patológico quando a pessoa se prende a algum momento, quando não se percebe a evolução. Por exemplo, anos depois, 2, 3, 4 anos se mantém aquele quarto da mãe ou o quarto do marido. Não há uma mudança e a pessoa não consegue seguir em frente. Acontece quando a depressão fica muito grande e a pessoa não consegue se desligar da pessoa falecida.”

Diante de quadros como esse é recomendado o tratamento psicológico ou psiquiátrico. A psiquiatra Tânia Corrêa Toledo Ferraz Alves ressalta que os parentes mais próximos precisam ficar atentos para identificar esse quadro patológico. E uma das maneiras de fazer isso é prestar atenção na “percepção de tempo”.

“Alguém me conta uma perda, a gente estima o tempo. Uma perda recente a pessoa está angustiada e traz uma emoção muito grande. Quando a gente percebe que 4, 5 anos depois a pessoa vive essa perda como se tivesse ocorrido no mês passado, nós percebemos a patologia.”

A cuidadora de idosos Elane Virgínia Marcelino de Melo vivenciou isso por duas vezes. Cuidou da avó, que ficou três anos de cama antes de falecer aos 97 anos, e da tia que morreu aos 67 anos, sob os cuidados dela.  Elane disse que conseguiu superar o luto trabalhando.

“No dia a dia com trabalho, procurando outras coisas para fazer que pudessem preencher o vazio e seguir em frente.”

A psicóloga Márcia Chorro dos Santos, uma das responsáveis pelas palestras realizadas no Palácio Anchieta, disse que esse tema do luto é recorrente entre os cuidadores de idosos que participam do Curso de Boas Práticas para Atenção à Pessoa Idosa.

“O que a gente percebe é que há realmente uma preocupação muito grande com pessoas idosas que comparecem ao curso. Elas têm dúvidas de como lidar com o fim porque sentem que estão caminhando para o fim e isso, evidentemente, em termos psicológicos, é muito doloroso. E também muitos cuidadores revelam seu sofrimento, pois estavam cuidando de alguém e esse alguém partiu.”

As palestras temáticas acontecem de março a novembro no Palácio Anchieta, sempre na primeira terça-feira do mês. Os encontros têm o apoio do vereador Gilberto Natalini (PV).

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