A EMURB não utiliza dinheiro da Operação Água Branca para acabar com as enchentes, afirma presidente de entidade

Juvenal Pereira
Maria Antonieta Lima e Silva
Empreendimentos privados foram beneficiados pela Operação e pagaram à Prefeitura para aplicar em benfeitorias na região

 

A Empresa Municipal de Urbanização (EMURB) não está respeitando a lei da Operação Urbana Água Branca. Pelo menos, é o que afirma a presidente da Associação Amigos da Vila Pompeia, Maria Antonieta Lima e Silva, que veio nesta quinta-feira (29/04) prestar subsídios à reunião da Subcomissão da Câmara Municipal de São Paulo que examina a Operação.
 
“Os recursos da Operação estão sendo utilizados para outras finalidades que não as da lei. A EMURB não cumpriu as promessas e não divulga os dados, evitando a transparência de suas ações”, realçou.
 
O vereador Aurélio Miguel (PR) informa que a EMURB tem R$ 75 milhões em caixa para investimentos na infraestrutura local.
 
Maria Antonieta também condenou os 11 itens divulgados para os quais serão desembolsados R$ 16 milhões, como a construção da Praça Memorial da América Latina, a ligação da Avenida Auro Soares de Moura Andrade com a Francisco Matarazzo e a extensão da Avenida Germaine Burchard. A presidente da entidade também afirmou que o dinheiro das contrapartidas previstas na Operação a serem revertidas às prioridades da região é utilizado para beneficiar construtoras e que as inundações no bairro se devem ao assoreamento do Córrego Água Preta, que reclama canalização. A lei da Operação também prevê a expansão do sistema de drenagem da região.
 
Maria Antonieta também declarou que a certidão de diretrizes que a UNINOVE se comprometeu a realizar não foi cumprida. Segundo ela, a instituição construiu quatro prédios no bairro sem as contrapartidas. A construtora Ricci Engenharia também não construiu todos os prédios devidos.
 
Foi consenso na reunião da Subcomissão que o prolongamento da Avenida Auro Soares de Moura Andrade beneficia especialmente os moradores da Pompeia, do Sumaré, de Perdizes e dos bairros periféricos da Zona Oeste.
 
“Estamos apurando por que não fazem as obras necessárias que estavam na Operação Urbana. O passeio que eles estão fazendo, o Parque Linear [ praça que ligará o Parque da Água Branca ao Memorial da América Latina e ao terminal metro-rodo-ferroviário da Barra Funda], não é uma obra de prioridade. Prioridade maior é o controle das enchentes da região. Nós ficamos sabendo hoje também que havia doação tanto da área 1, quanto da 2 do empreendimento Ricci e este só construiu quatro das 13 torres previstas para dar ao Município – área que está sub judice. Estão fazendo alargamento lá onde está a UNINOVE e precisamos saber se estão gastando dinheiro da Operação Urbana. Lá deveria ter havido as contrapartidas do polo gerador de tráfego pelo empreendedor”, explica Aurélio Miguel.
 
“16 anos depois da aprovação da lei, tem apenas 200 metros do prolongamento da Avenida Auro Soares Moura Andrade feitos pela Ricci como contrapartida. A EMURB tem algo que a impede de autorizar o gasto do dinheiro para acabar com as enchentes e abrir a avenida. Simplesmente, a EMURB gasta o dinheiro em pracinhas e calçadinhas e não prioriza o que a população precisa”, conclui Maria Antonieta.

Imagens para download:
Juvenal Pereira
Aurélio Miguel
Pelo polo gerador de tráfego, empreendimentos tem de garantir as contrapartidas, defende Aurélio
Juvenal Pereira
Maria Antonieta Lima e Silva
Maria Antonieta não endossa prioridades da EMURB na região

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