FELIPE PALMA
DA REDAÇÃO

Criado para conscientizar a população sobre a prevenção do câncer de pulmão – tipo de câncer que mais mata em todo o mundo – o Agosto Branco direciona ações em todo o país no combate da doença. É durante este mês que a campanha mobiliza a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro, além de disseminar informações relativas à neoplasia.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), entre 2020 e 2022, cerca de 30 mil novos casos da doença foram diagnosticados por ano no Brasil, sendo o segundo tipo mais comum entre a população brasileira. São aproximadamente 30 mil mortes todo ano em decorrência da doença. Os tumores pulmonares ainda lideram o ranking das doenças oncológicas que mais matam todos os anos de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). A última estatística, levantamento Globocan, aponta 1.794.144 mortes em 2020.

Em entrevista à Rede Câmara SP, Marcela Roiz, do Programa Nacional de Controle de Tabagismo do INCA, fez um balanço da doença. “O câncer de pulmão segundo as estimativas para 2023 é o terceiro mais comum entre os homens e o quarto mais comum entre as mulheres no nosso país. Na relação das taxas de mortalidade, é o primeiro nos homens e segundo nas mulheres, referência do último balanço que data 2020.” Marcela Roiz também ressaltou a faixa de incidência de novos casos da doença. “A curva vem diminuindo desde meados da década 80 nos homens e anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença se deve aos padrões de adesão ao tratamento do tabagismo, além da quebra do hábito de fumar. Tabagismo não é hábito e nem vício, é uma doença, existe tratamento disponível no SUS. Tabagismo e câncer de pulmão tem uma relação muito estreita”, completou a técnica do INCA.

O órgão vinculado ao governo federal – via Ministério da Saúde – estima que em 85% dos casos a doença está associada ao tabagismo ou aos derivados do tabaco, como charuto, cachimbo, narguilé, cigarro de palha e eletrônico. A taxa de sobrevida média de cinco anos para câncer de pulmão é de 18%, mas quando ele é identificado em estágio inicial esse número aumenta para 56%. Já o risco de fumantes desenvolverem câncer de pulmão em relação aos não fumantes é 23 vezes maior em homens e 13 vezes maior nas mulheres.

A campanha Agosto Branco deste ano vai destacar os aditivos utilizados nos produtos derivados do tabaco para conferir sabor e aroma. No entendimento do INCA, estes produtos promovem a experimentação e uso de crianças, jovens e adolescentes. Marcela Roiz afirma que o Brasil tem uma legislação bastante avançada. “Nossa política nacional de controle ao tabagismo é reconhecida mundo afora, uma das mais exitosas. O que temos observado é que o tabagismo vem caindo entre a população adulta, mas percebemos um ligeiro aumento de outras parcelas da população. Dispositivos eletrônicos vivem chamando a atenção entre os mais novos.”