Áreas de risco: moradores denunciam truculência em remoções

Moradores de terrenos públicos em áreas de risco de São Paulo reclamaram nesta sexta-feira da forma como a Prefeitura vem realizando a remoção de famílias desses locais. Mais de 120 pessoas participaram de audiência pública realizada na Câmara Municipal por iniciativa do vereador José Américo (PT).

A Prefeitura iniciou as remoções após um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que identificou 105 mil residências em 407 áreas de risco na capital paulista. De acordo com os moradores, os funcionários das subprefeituras estão retirando as pessoas à força.

 “Não somos contra a retirada das pessoas que estão em áreas de risco, mas sim contra a forma como as coisas estão acontecendo”, disse José Gomes, representante dos moradores do Córrego Zavuvus. Segundo ele, “os responsáveis estão agindo de maneira bruta e chegam até a dizer que se os moradores não saírem, vão derrubar as casas com as pessoas dentro”.

 O assessor da Secretaria Municipal de Habitação Ricardo Sampaio afirmou que desconhecia a situação relatada. “Se existe arbitrariedade, isso precisa ser apurado. Não pode acontecer remoção de forma truculenta. O nosso objetivo é fazer um trabalho social no sentido de oferecer mais conforto às pessoas”, declarou.

 Para o vereador José Américo, além de “eliminar o grau de arbitrariedade na condução das remoções, a Prefeitura também deve apresentar laudos sobre as áreas de risco e realizar audiências públicas em cada região para discutir alternativas”. “É necessário também que as famílias removidas tenham garantia de moradia”, acrescentou.

Já a agente comunitária Verônica Groll, que mora em Guaianases, Zona Leste, disse que as pessoas foram pegas de surpresa. “Os funcionários da subprefeitura chegaram e mandaram as pessoas saírem de suas casas sem sequer oferecer um local para ir”. A dona de casa Maria do Socorro Abreu Rocha, da Vila da Paz, no Ipiranga, também disse que “só é possível sair se os moradores tiverem uma garantia de moradia”.

Sampaio garante que convênios estão sendo realizados com os Governos Estadual e Federal para que as pessoas tenham casa. “Nós não temos estoque de moradias, mas as pessoas que forem tiradas das áreas de riscos receberão o aluguel social até que se consiga oferecer um atendimento definitivo”.

O promotor de Habitação e Urbanismo de São Paulo Mauricio Ribeiro Lopes garantiu que “todas as reclamações foram registradas e que serão objeto de uma atuação concreta”.

(21/10/2011 – 14h15)

 

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