Artigo: Cigarro eletrônico, vapes e COVID-19

Vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC)

O portal Scientific American publicou artigo em que correlaciona o uso de vapes e cigarro eletrônico com o aumento do risco de infecção grave por coronavírus. É que a fumaça do cigarro e o aerossol do vaping estão ligados à inflamação pulmonar e à diminuição da função imunológica.

De acordo com Robert Tarran, PhD e professor do departamento de Biologia Celular e Fisiologia da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill (EUA), existem alguns estudos epidemiológicos sugerindo que os usuários de vapes e cigarros eletrônicos têm maior probabilidade de contrair infecções respiratórias. Estudos com animais forneceram esses resultados: ratos expostos ao aerossol de cigarros eletrônicos e depois inoculados com bactérias Streptococcus Pneumoniae ou Influenza A tiveram menor probabilidade de sobrevida.

Os cientistas de Chapel Hill mostraram que o uso de cigarros eletrônicos suprime a atividade dos genes de resposta imune e inflamatória nas células nasais – mais ainda do que o cigarro comum. Um outro estudo descobriu que o gene que codifica o receptor ACE2, que o novo coronavírus usa para infectar células, é mais ativo em fumantes.

Outro estudo, publicado on-line no Chinese Medical Journal, envolveu 78 pacientes com COVID-19 e descobriu que aqueles com histórico de tabagismo eram 14 vezes mais propensos a desenvolver pneumonia.

Se tudo isso já não fosse o suficiente, notícia publicada pelo Washington Post em novembro passado revelou que jovem atleta de 17 anos foi obrigado a fazer um transplante de pulmões por danos causados pelo cigarro eletrônico. “O que eu vi nos pulmões dele era algo que eu nunca tinha visto antes, e eu faço transplantes de pulmão há 20 anos”, disse Hassan Nemeh, diretor cirúrgico de transplantes do hospital Henry Ford, em Detroit (EUA). “Havia uma quantidade enorme de inflamação e cicatrizes, além de múltiplos pontos de tecido morto. Esse é um mal que eu nunca enfrentei antes”, completou o médico.

Não há dúvidas de que uma regulação mais rígida da venda e uso desses dispositivos eletrônicos de fumar e do narguilé na cidade de São Paulo é urgente. Nosso projeto de lei 309/2019 prevê este controle, e espero aprová-lo ainda neste primeiro semestre de 2020.

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