Audiência pública da Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara Municipal
Foto: André Bueno / CMSP

DA REDAÇÃO

A Comissão Permanente de Trânsito, Transportes, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara municipal realizou nesta quarta-feira (26/10) uma audiência pública para discutir com especialistas, movimentos sociais e população os limites de velocidade no trânsito de São Paulo.

Marina Harkot, do movimento Ciclocidade

Os especialistas e representantes de movimentos sociais apresentaram dados e análises sobre a redução de limite da velocidade nas Marginais Pinheiros e Tietê, adotados pela prefeitura no último ano. De acordo com Marina Harkot, do movimento Ciclocidade, a possibilidade do aumento do limite de velocidade nas vias é extremante prejudicial à população.

“As mortes por acidentes de trânsito na cidade caíram em 52%, não entendo como essa discussão ainda existe. É como se quiséssemos retroceder algo que todos percebem que está dando muito certo. Não podemos dar um passa para trás e continuarmos perdendo vidas”, defendeu.

Eduardo Vasconcellos, diretor do Instituto Movimento de São Paulo

O diretor do Instituto Movimento de São Paulo e assessor da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), Eduardo Vasconcellos, defendeu a permanência dos índices atuais para um trânsito mais seguro. “O principio básico da engenharia de mobilidade é preservar vidas e saúde das pessoas, não apenas fazer com que cheguem mais rápido nos lugares. Nós temos um ambiente de trânsito perigoso, é inseguro e mal utilizado. Temos que criar outra cultura e diminuir os índices de velocidade não só nas marginais, mas em toda cidade”, afirmou.

O vereador eleito Daniel Annenberg, ex-diretor do DETRAN, defendeu campanhas contínuas de educação dos condutores, motociclistas e pedestres para transformar o comportamento no trânsito. “Não temos uma política nacional de segurança no trânsito, e isso nos prejudica muito. Se não mudarmos algumas questões culturais, não adianta nada diminuir a velocidade e fazer campanhas. Precisamos de medidas e regulamentações independentes de partidos e administrações, mas que sejam contínuas e melhorem a formação do condutor”, disse.

Vereador José Police Neto (PSD)

“A ideia deste debate não é finalizar a discussão aqui, mas reunir o maior número de informações sobre o tema em uma discussão ampla que possa ter a contribuição de toda a sociedade. É importante deixar para o prefeito eleito e os vereadores da próxima legislatura esta contribuição para que possamos entender o desenho que nossa cidade está projetando”, ressaltou o vereador José Police Neto (PSD), que presidiu a audiência.

Também participaram da discussão os vereadores Senival Moura (PT) e Nabil Bonduki (PT).