Bailarinos sinalizam para a necessidade de mais políticas públicas para dança

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                     Apresentação da Cia Ballet de Cegos durante 3º Fórum de Ballet Clássico
                                                     Foto: Luiz França / CMSP

DA REDAÇÃO

Representantes de diferentes instituições ligadas à dança sinalizaram nesta quinta-feira (10/9) para a necessidade de mais políticas públicas para incentivar as modalidades no Brasil. Durante o 3º Fórum de Ballet Clássico realizado na Câmara Municipal de São Paulo para discutir o panorama da dança no país, os bailarinos explicaram que a falta de investimentos faz com que os profissionais busquem oportunidades no exterior.

“Queremos unir as pessoas da dança do Brasil inteiro para discutir as dificuldades que o ballet tem, seja pela falta de apoio financeiro para as apresentações e para a realização de projetos sociais. Os bailarinos criam suas carreiras aqui e não conseguem prosseguir e precisamos ir para outros países”, explicou a diretora da Gala Clássica Internacional, Priscila Yokoi.

Para o delegado do Conselho Brasileiro de Dança do Estado de São Paulo, Guivalde de Almeida, uma das ações da prefeitura que poderia ajudar a categoria seria o apoio para a realização de espetáculos. “Temos vários teatros municipais que são bons e os alugueis são muito caros. Se o poder público liberasse esses espaços para as companhias de dança, seria possível realizar apresentações até mesmo gratuitas”, sugeriu.

A presidente do Conselho Brasileiro de Dança, Gisela Vaz, explicou durante o Fórum que a falta de políticas públicas, além de fazer com que grandes talentos brasileiros deixem o país, ainda pode prejudicar o ensino. “Percebemos, principalmente no interior, que os professores não estão preparados para dar aulas e isso é um problema porque eles estão lidando com o físico e com o emocional do aluno. Uma criança ser ensinada errada pode prejudicar a formação dela”, afirmou. “Por isso, seria necessário criar cursos para formar professores e coreógrafos para que o ensino seja de qualidade”, acrescentou.

No nordeste, uma das maneiras que a delegada do Conselho Brasileiro de Dança do Estado do Ceará, Janne Ruth Nascimento, encontrou para estimular as diferentes modalidades na região foi a realização de um festival. “O Festival Internacional de Dança de Fortelza já tem 15 anos e a nossa proposta é popularizar as danças e possibilitar que os dançarinos do nordeste possam passar pelo crivo de uma equipe de jurados e melhorar a técnica”, explicou. “Sem contar que o festival serve de vitrine, porque os participantes podem assistir as apresentações e fazer workshops”, afirmou.

O norte do país também conta com um festival importante para incentivar a dança no Brasil. Idealizado pela delegada do Conselho Brasileiro de Dança do Estado do Pará, Clara Pinto, o Festival Internacional de Dança da Amazônia reúne representantes de diferentes modalidades da dança. “Percebemos que após esse evento a evolução foi grande na região porque ele serve de vitrine para as pessoas mostrarem seus trabalhos, sejam elas profissionais ou amadoras”, disse.

A falta de valorização dos bailarinos foi outro problema sinalizado pelos participantes do Fórum. Para a proprietária da Balletto Danza, Luciana Mategazza, a dedicação dos dançarinos não é reconhecida. “O bailarino, além de ser atleta, é um ator. Ele une várias qualidades, é um grande artista e precisa se dedicar muito. No entanto, são poucos os que o valorizam”, declarou.

O Fórum de Ballet Clássico é um evento realizado pela vereadora Edir Sales (PSD), quem é autora do Projeto de Lei (PL)255/2012, que incluiu no calendário de eventos de São Paulo o “Dia do Ballet Clássico”, comemorado anualmente no dia 24 de abril, e do PL 306/2014, em tramitação na Câmara, para a criação de uma Companhia para que o município implante e mantenha o grupo de dança e que o corpo seja o representante oficial da cidade.

“É fundamental que São Paulo tenha uma Companhia para a preservação da cultura, ou seja, a continuidade da história, das técnicas, tradições e ensinamentos fundamentais durante o tempo. O nosso projeto ainda pretende valorizar os grupos organizados da terceira idade”, explicou Edir. “Essa proposta contribui economicamente com a geração de empregos, socialmente”, disse.

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