Afonso Braga | REDE CÂMARA

Secretário municipal de Saúde Edson Aparecido (telão) durante a Sessão Plenária desta terça-feira (23/3)

A Câmara Municipal de São Paulo vai colocar em discussão na Sessão Plenária desta quarta-feira (24/3), um PL (Projeto de Lei) para autorizar a inclusão de profissionais de serviços públicos essenciais no grupo de prioridade da vacinação. O texto da proposta será assinado pelos 55 vereadores, que irão discutir amanhã quais categorias serão inseridas no projeto.

Além do PL que será discutido nesta quarta, os vereadores receberam na Sessão Ordinária de hoje (23/3) o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido. De forma virtual, o chefe da pasta apresentou um panorama da pandemia na capital paulista e respondeu perguntas feitas por parlamentares.

PL para incluir categorias na prioridade de vacinação

De acordo com o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), os servidores públicos incluídos no projeto deverão ser vacinados com imunizantes que estão sendo negociados pela Prefeitura de São Paulo. Após a entrada do município no consórcio público, instituído pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o Executivo municipal fez um pedido para comprar cinco milhões de doses.

Milton Leite disse que as categorias que devem ter prioridade representam “um contingente que não chega a 200 mil pessoas, um número razoável dentro do total de cinco milhões de doses de vacinas que estão sendo negociadas pela Prefeitura”, explicou o presidente da Casa. “São categorias que têm contato humano muito grande. Isso pode ajudar a cidade voltar à normalidade”.

Secretário Municipal da Saúde

O chefe da pasta, Edson Aparecido, iniciou a apresentação de forma remota com gráficos e comparativos entre períodos para mostrar que os casos de Covid-19 na cidade seguem em alta. “A gente está subindo a ladeira, estamos ainda subindo a montanha em termos de casos e de internações”.

Edson Aparecido falou sobre a taxa de letalidade entre os idosos. “Das pessoas internadas com mais de 75 anos, a letalidade é de 49%. Ou seja, 49% das pessoas com mais de 75 anos que vão para a UTI, morrem”.

Ele explicou também qual é o perfil de quem atualmente mais precisa de internação. “É no chamado jovem-adulto, entre 20 e 45 anos. Esse jovem está chegando no sistema de saúde em condições muito graves. Ele normalmente demora mais para procurar o sistema de saúde. Por isso, estamos pedindo para todo mundo, para que nos primeiros sintomas, compareça a um atendimento de saúde”.

Segundo o secretário, até esta terça, os leitos de UTI registram 91% de ocupação e os de enfermaria, 78%. “Hoje nós temos na cidade 1.349 leitos de UTI e vamos abrir mais esta semana. E temos 1.222 leitos de enfermaria. Devemos agora em uma parceria com uma Universidade abrir mais 200 leitos de enfermaria na próxima semana”.

Diversos parlamentares fizeram perguntas ao secretário. Sobre o oxigênio, essencial para manter o funcionamento das células do corpo humano e fundamental no tratamento de pacientes com Covid-19, Edson Aparecido afirmou que “não há falta de oxigênio, há um problema de logística na entrega. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) está nos ajudando. A indústria vai nos fornecer cilindros, que vamos encher com oxigênio. Também estamos comprando mais cilindros”.

Aparecido fez uma comparação para mostrar o aumento da demanda por oxigênio na capital paulista. “Um dos fornecedores, fornecia para nós 55m3 por dia de oxigênio. Hoje, estamos a quase 200m3 por dia. A gente enchia um tambor de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) uma vez por semana. Agora, estamos enchendo um tambor três vezes por dia”.

O secretário foi questionado sobre as cinco milhões de doses que estão sendo negociadas pela Prefeitura de São Paulo. Edson Aparecido afirmou que o pedido de imunizantes foi feito, porém o processo de importação das vacinas é complexo.

“Para um dos laboratórios, fizemos um pedido de compra de cinco milhões de doses. Todas essas negociações são muito complexas, são contratos internacionais”, disse o chefe da pasta, que completou. “Estamos correndo com todas as possibilidades. A primeira que encaixar, a gente compra”.

Entre os pedidos de prioridade na vacinação, o secretário esclareceu. “Não somos nós (Prefeitura) que decidimos quem vacinar. É o Ministério da Saúde, é o Plano Nacional de Imunização”.

Próxima sessão

A próxima Sessão Plenária está convocada para esta quarta-feira (24/3), às 15h. A Câmara Municipal de São Paulo transmite a sessão, ao vivo, por meio do Portal da Câmara, no link Plenário 1º de Maio, do canal do Legislativo paulistano no YouTube e do canal 8.3 da TV aberta digital (TV Câmara São Paulo).

A Sessão Ordinária desta terça-feira, com a íntegra da participação do secretário municipal da Saúde, está disponível neste link.

MARCO CALEJO
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