Câmara realiza o primeiro encontro municipal sobre Epilepsia

ENCONTRO MUNICIPAL SOBRE EPILEPSIA-26-03-2015 FRANCA-07610-300ABRE

Especialistas debatem ações de divulgação e combate ao preconceito contra os portadores de epilepsia   Foto: Luiz França

DA REDAÇÃO

Em comemoração ao Purple Day (Dia Lilás/ Roxo), a Câmara Municipal de São Paulo realizou na manhã desta quinta-feira (26/3) o Primeiro Encontro Municipal sobre Epilepsia. Com especialistas, profissionais da saúde e associações de assistência aos portadores da doença o objetivo do encontro foi debater ações de divulgação de informações e o combate ao preconceito contra as pessoas que convivem com a epilepsia. A iniciativa do evento foi do vereador Natalini (PV).

Para o coordenador da campanha no Brasil, Eduardo Caminada, a mobilização é uma forma de chamar a atenção para a causa e informar a população sobre a epilepsia. “É um trabalho de formiguinha contra o preconceito. Com informação, as pessoas vão entender o que é a epilepsia, o preconceito só existe por falta de informação”, disse Caminada.

A presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, Dra. Laura Ferreira Guilhoto, acredita que iniciativas como a do Purple Day levantam a conscientização das pessoas a cerca desta condição de saúde que é extremamente importante, além dos problemas relacionados à inserção social dos epiléticos. “Muitos ainda não conhecem a epilepsia e não sabem como ela se manifesta e ao menos sabem que há tratamento na maior parte dos casos. Então, muitas vezes, pacientes que tem a forma refratária não são incluídos em nenhuma política pública de benefício social e com isso são discriminados por que a sociedade não os entende, assim como, muitas vezes as próprias famílias não tem o acolhimento necessário”, explicou.

A aposentada, Daniella Monteiro da Costa, convive com a epilepsia ha 34 anos e contou já ter sido demitida do emprego por ter tido uma crise epilética durante o expediente. “Um evento como este representa um grande passo para nós, para que as pessoas tenham consciência do que é a epilepsia, que podemos tratá-la, controlar nossas crises e ter uma vida normal como todas as pessoas”, disse.

Daniella ainda sugeriu que haja trabalhos sócio-educativos nas escolas municipais voltados a saúde. “Os primeiros socorros poderiam ser matéria obrigatória nas escolas, as crianças deveriam conhecer esses tipos de disfunções para que desde cedo não tenham preconceito. As pessoas que veem alguém tendo crise nas ruas acham que são pessoas loucas, drogadas ou bêbadas porque não têm a menor consciência do que estão sofrendo”, afirmou.

Além de sediar o encontro, o prédio da Câmara Municipal também está iluminado com a cor lilás que manifesta a atenção que o município deve ter com a epilepsia. Atualmente estima-se que em São Paulo 200 mil pessoas são epiléticas e 80% delas participam de programas de distribuição gratuita de medicação.

O vereador Nalalini falou dos avanços do tratamento na cidade. “Existem muitos medicamentos a disposição na rede pública de saúde, medicamentos eficazes, é claro que os de última geração – aqueles que são mais caros – o SUS (Sistema Único de Saúde) ainda tem dificuldade de fornecer, mas existe um cardápio de medicamentos bastante razoável na rede pública que o doente tem acesso. Isso já é resultado de uma grande luta de muito tempo feita por nós para que isso acontecesse”, disse. “Mas é preciso avançar mais, é preciso ter outros tipos de abordagem multidisciplinares com o doente, com a prevenção das crises convulsivas, enfim, temos que ter uma gama de coisas que precisam ser feitas e precisam avançar”, completou o vereador.

Participaram do encontro representantes das Secretarias Municipais de Saúde e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. O vereador sinalizou que pretende rever o protocolo municipal de epilepsia junto à Secretaria de Saúde, e também criar uma cartilha com informações gerais da doença para o conhecimento da população sobre o diagnóstico, prevenção de crises e primeiros socorros, que será distribuída em postos de saúde da capital.

Sobre a Epilepsia

Epilepsia é um grupo de transtornos neurológicos caracterizados por ataques epilépticos. Estes ataques são episódios de duração e intensidade variável, desde os de curta duração e praticamente imperceptíveis até longos períodos de agitação            .

A campanha Purple Day, celebrada anualmente dia 26 de março, foi criada em 2008 por uma portadora da doença no Canadá, com o objetivo de representar através da cor roxa ou lilás o acolhimento aos pacientes que são excluídos da sociedade por conta do preconceito e falta de informações sobre a doença.

 

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