Centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns é reverenciado na Câmara

JRaposo | REDE CÂMARA

MARCO CALEJO
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Notável pela luta dos direitos humanos e defensor da democracia, Dom Paulo Evaristo Arns (1921 – 2016) foi homenageado em Sessão Solene virtual pela Câmara Municipal de São Paulo na tarde desta segunda-feira (20/9). Nascido em Forquilha, Santa Catarina, em 14 de setembro de 1921, o cardeal morreu aos 95 anos de idade, na capital paulista, em 14 de dezembro de 2016.

Em reverência ao centenário de nascimento de Dom Paulo, a iniciativa da solenidade foi do líder da bancada do PSOL na Casa, vereador Professor Toninho Vespoli (PSOL), que presidiu a sessão. “Além de uma homenagem a ele, é um momento de reflexão para todos nós do que se espelha Dom Paulo. Ele sempre quis diminuir a desigualdade social, que todas as pessoas tivessem dignidade, moradia e que fossem felizes”.

O vereador Eduardo Suplicy (PT), vice-presidente da Comissão Extraordinária de Direitos Humanos e Cidadania do Legislativo paulistano, também participou da Sessão Solene. Suplicy lembrou de momentos marcantes. Ele contou que em 1975 testemunhou a participação de mais de oito mil pessoas no ato ecumênico realizado por Dom Paulo Evaristo Arns na Catedral da Sé, região Central de São Paulo. O culto, em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, foi feito em repúdio à ditadura militar.

“Aquele ato foi tão importante, porque é considerado o início de toda a campanha mais forte pela democratização do país, pelos ideais que todos nós quisemos ter para ter as eleições Diretas Já de volta”, falou Eduardo Suplicy.

O arcebispo Dom Odilo Pedro Scherer, que completa 72 anos nesta terça-feira (21/9), compartilhou histórias vividas ao lado de Dom Paulo e da trajetória do religioso. Para Dom Odilo, recordar a personalidade de Arns é justa e deve ser levada ao conhecimento das novas gerações.

“Dom Paulo, portanto, é um homem de esperança, um homem de ação, um homem que tinha uma liderança extraordinária, quer na igreja, quer na comunidade urbana, e na comunidade da nossa nação. Muita gente se inspirou em Dom Paulo, para também arregaçar as mangas e lutar para que as situações contrárias à vida e contrárias à esperança pudessem ser superadas e se encontrassem novos ares”, disse Dom Odilo.

Militante dos direitos humanos, Margarida Genevois, de 98 anos, foi presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Ela considerou “uma grande alegria e uma grande honra” participar de uma cerimônia para homenagear Dom Paulo Evaristo Arns.

“Durante mais de 20 anos, trabalhei com Dom Paulo diariamente e tenho por ele uma relação de parente. Para mim, ele era um pai, um amigo, um inspirador, um professor, enfim, uma pessoa importantíssima. Aprendi muito, cresci, me tornei melhor, acho eu, com a ajuda de Dom Paulo, que teve uma influência imensa na minha vida”, contou Margarida.

Há 48 anos, Célia Leme é integrante da Comunidade Eclesial de Base da Paróquia Santa Rosa De Lima, em Perus, Zona Noroeste da capital paulista. De acordo com Célia, Arns ajudou na compra de materiais para a construção de diversos espaços comunitários da região, onde até hoje são utilizados para reunir a comunidade. “Dom Paulo deu visibilidade às nossas lutas”, falou Célia, que continuou. “Relembrando as palavras de Dom Paulo, coragem, coragem, coragem. Viva Dom Paulo”.

Coordenador Arquidiocesano da Pastoral Operária e da Comissão Pró Centenário de Dom Paulo Evaristo Arns, Paulo Pedrini afirmou que é importante manter vivo o legado do religioso e seguir na luta pelas causas defendidas por Arns. “Dom Paulo deu a sua vida pelos pequenos, pelos vulneráveis, por todos aqueles injustiçados, perseguidos e marginalizados. E sempre esteve no seu horizonte, a defesa da liberdade, da autonomia, da democracia e dos direitos humanos”.

Também participou da solenidade o padre Júlio Lancellotti. Ele destacou algumas qualidades de Dom Paulo que, segundo ele, sabia ouvir a dor das pessoas e consolar a população que precisava de apoio. “Dom Paulo era um consolador. Ele consolava o povo no seu sofrimento, lutava, persistia e caminhava de maneira insistente. (Arns) enfrentou os poderosos, foi até os porões da ditadura, encontrou pessoas dilaceradas, esfarrapadas, pessoas feridas e procurou consolar a todos com o consolo da justiça, da fraternidade, da partilha e da verdade”.

A Sessão Solene em homenagem ao centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns está disponível aqui.

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