Centro comemora três anos de combate ao racismo

RenattodSousa
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Inaugurado em 2009, o Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate ao Racismo da Prefeitura de São Paulo está completando três anos, e a data foi comemorada nesta sexta-feira (23) pela Câmara Municipal de São Paulo (CMSP).

Ligado à Secretaria Municipal de Participação e Parceria (SMPP), o órgão recebe denúncias de discriminação e violência racial, além de garantir apoio psicológico, pedagógico, social e jurídico às vítimas que procuram o centro.

A coordenadora do espaço, Naiza Bezerra dos Santos, fez um balanço positivo desses três anos de atuação. As pessoas estão chegando à medida que a gente divulga o serviço. A gente tem muitas denuncias quanto ao ambiente de trabalho, instituições de ensino, e também nas relações de consumo.

O evento teve a participação do presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMSP, Jamil Murad (PCdoB), que lembrou o caráter universal da discriminação e a necessidade de combatê-la. O racismo é um mal que ameaça a humanidade. Você vê crimes de racismo na França e em São Paulo, afirmou o vereador.

Durante a cerimônia foram homenageadas três entidades que trabalham com a questão racial e desenvolvem projetos em prol da população negra e combatem o racismo. São elas o Instituto do Negro Padre Batista, o Instituto da Mulher Negra Geledés e a companhia de teatro Os Crespos.

As organizações receberam a Placa Flávio Ferreira de SantAna, uma homenagem ao jovem negro morto pela polícia em 2004 na zona norte de São Paulo. Flávio, que tinha 28 anos e era dentista, estava em seu carro quando foi parado por cinco policiais militares, que procuravam um assaltante.

Ele foi executado com dois tiros, mas o comerciante assaltado não o reconheceu como autor do crime. Na tentativa de forjar provas, os policiais colocaram perto do corpo do jovem uma arma e a carteira da vítima do assalto que foi ameaçada inicialmente, mas depois denunciou os oficiais. O caso terminou com a condenação dos policiais.

A advogada Audrey Santana, prima de Flávio, foi ao evento e disse estar contente em ver a memória do parente viva . Espero que ele seja lembrado como um símbolo dos males da discriminação. Até para evitar que isso aconteça com outras pessoas, diminuir o racismo que existe nesse país, afirmou.

A cerimônia também marcou o lançamento da campanha SP sem Racismo 2012, da SMPP. A coordenadora de assuntos da população negra da secretaria, Maria Aparecida de Laia, diz que o objetivo da iniciativa é chamar a atenção da cidade para o problema.

Teremos a distribuição de materiais voltados contra o racismo e também faremos debates, palestras, colocaremos nos sites, nas redes sócias, declarou Maria Aparecida. Queremos usar todos os meios de comunicação para dizer que nós podemos viver em uma sociedade em que as pessoas sejam respeitadas por suas diferenças.

(23/03/2012 21h)

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