Comerciantes do bairro da Saúde reivindicam revisão de ciclofaixa

Luiz França/CMSP

Alterações em ciclovias são tema de discussão na Câmara

MARIANE MANSUIDO
DA TV CÂMARA

A Audiência Pública da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal reuniu, nesta quinta – feira (11/5), moradores do bairro da Saúde para discutir a ciclofaixa que fica na Avenida Bosque da Saúde.

De acordo com os moradores, a ciclofaixa foi implantada há mais de um ano, na gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), porém as obras foram interrompidas. A principal reclamação é em relação ao trânsito na região. Os comerciantes alegam que não há espaço para embarque e desembarque e que os motoristas não respeitam a sinalização e estacionam em cima da ciclofaixa para entrar nos estabelecimentos da avenida.

Dirceu Júnior tem um restaurante na avenida Bosque da Saúde. Segundo ele, depois da implantação da ciclofaixa em frente seu estabelecimento, os negócios não estão indo bem. “Tive que mudar o modelo do meu restaurante porque não tinha mais condições de trabalhar. Antes era um buffet, hoje trabalho só com grelhados porque a quantidade de clientes diminuiu bastante.”

Os comerciantes também alegam que o número de ciclistas na via é muito baixo. Domiciano Ribeiro é proprietário de um estabelecimento comercial na avenida. “Trabalho de terça a domingo, das 9h à meia-noite, e conto nos dedos quantos ciclistas passam por lá nesse horário.”

Aparecido Inácio mora na região e utiliza essa ciclofaixa. Ele concorda que o projeto cicloviário pode ser revisto para melhorar o sistema, mas que isso não afeta os comerciantes. “A ciclovia não atrapalha porque ela inclusive democratiza o uso do espaço. O que atrapalha o comércio é um veículo parado na porta do estabelecimento o dia todo.”

A vereadora Soninha (PPS), integrante da Comissão de Finanças, ressaltou que a bicicleta não é inimiga do comércio e que o comerciante não é inimigo da sociedade sustentável.“Um tem que ouvir o outro. E o poder público tem de ouvir todo mundo. Então vamos ouvir os comerciantes, vamos defender os ciclistas, a mobilidade em bicicleta, e vai ser melhor pra todo mundo.”

Durante a Audiência Pública também foi discutida a implantação da faixa exclusiva de ônibus na Avenida do Cursino. Os moradores querem um estudo técnico para reavaliar a medida.

Para o vereador Aurélio Nomura (PSDB), o transtorno é provocado porque, das quatros faixas de rolamento, duas são exclusivas para os ônibus. “Isso vem causando um transtorno tremendo, porque durante boa parte do dia as faixas exclusivas ficam vazias. Há necessidade de discutirmos a possibilidade de funcionar apenas no horário de pico, quando há demanda. Fora isso, não há necessidade,  até porque os carros que vão entrar nas transversais acabam parando ainda mais o trânsito”.

O secretário municipal de transportes, Sérgio Avelleda, participou da audiência. Ele disse que vai realizar uma vistoria técnica e que vai dialogar qualquer revisão do projeto com os moradores.

“Eu, pessoalmente, vou visitar as duas regiões atingidas. Vou conversar com todas as pessoas que quiserem conversar, e entender o problema. É preciso construir uma solução que integre a cidade. Nós não podemos ver comerciante contra ciclista, carro contra pedestre. Eventuais erros de projetos, erros de execução, nós vamos corrigir.”

Este é um espaço de livre manifestação. É dedicado apenas para comentários e opiniões sobre as matérias do Portal da Câmara. Sua contribuição será registrada desde que esteja em acordo com nossas regras de boa convivência digital e políticas de privacidade.

Nesse espaço não há respostas - somente comentários. Em caso de dúvidas, reclamações ou manifestações que necessitem de resposta clique aqui e fale com a Ouvidoria da Câmara Municipal de São Paulo.

 Deixe o seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também