Comissão de Educação volta a debater crise da Cinemateca Brasileira

MARIANE MANSUIDO
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Em reunião nesta quarta-feira (24/6), a Comissão de Educação, Cultura e Esportes voltou a discutir a crise financeira enfrentada no momento pela Cinemateca Brasileira. Os parlamentares têm empenhado esforços para que o órgão não seja fechado. O assunto foi tema de audiência pública na semana passada, mas agora os vereadores buscam soluções, a curto prazo, para manter o funcionamento da entidade.

A Cinemateca foi criada em 1940 para preservar e difundir a produção audiovisual brasileira. A instituição possui o maior acervo da América do Sul, com aproximadamente 250 mil rolos de filmes, além de documentos audiovisuais como roteiros, fotografias, cartazes, recortes de imprensa, livros e desenhos.

De acordo com o vereador Xexéu Tripoli (PSDB), integrante da comissão, é difícil agir diante dos problemas na esfera federal, uma vez que a Cinemateca Brasileira, ainda que instalada na capital paulista e em uma estrutura da Prefeitura de São Paulo, é administrada pelo governo federal.

“Não vejo uma solução prática para que apaguemos o incêndio na Cinemateca no sentido dos técnicos que foram demitidos, das contas atrasadas”, avaliou o parlamentar. Ainda segundo Tripoli, a instabilidade das decisões do governo em relação à Cinemateca pioram o cenário. “Não há um futuro promissor para que tenhamos uma estabilidade junto a esse governo federal”, declarou.

Esta semana, a Comissão de Educação recebeu resposta de um ofício enviado à Secretaria Especial da Cultura, que pedia esclarecimentos sobre a condução da crise na Cinemateca pelo governo federal. De acordo com o documento, o fechamento da instituição “jamais foi cogitado”, diz também que ela não será fechada e que passa por uma fase de reincorporação à União, pois antes era gerida por uma OS (Organização Social).

A proposta do governo, segundo o ofício, é incorporar a Cinemateca Brasileira à estrutura do Ministério do Turismo. O documento também informa que a instituição passa por uma reestruturação do modelo de gestão, que deve ser concluído antes do término da pandemia, e que por esta razão encontra-se fechada no momento.

Sobre a participação da Secretaria Especial da Cultura em uma eventual reunião com representantes do governo municipal e estadual para debater o assunto, os parlamentares não receberam resposta. O documento foi considerado “evasivo” diante da crise enfrentada pela Cinemateca. “A Cinemateca está na iminência de ser destruída”, declarou o presidente da comissão, vereador Eliseu Gabriel (PSB).

Segundo o presidente, uma das medidas estudadas é o remanejamento de emendas parlamentares que possam ser utilizadas na manutenção do funcionamento mínimo da instituição, que quase teve a energia elétrica cortada recentemente, por atraso no pagamento. Os recursos seriam transferidos para a Secretaria Municipal de Cultura, que faria a interlocução com a Sociedade Amigos da Cinemateca, uma entidade sem fins lucrativos que desenvolve ações de apoio à Cinemateca.

Também estiveram presentes os vereadores Eduardo Suplicy (PT), Jair Tatto (PT) e Toninho Vespoli (PSOL).

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