Comissão recebe denúncia de represália a alunos que ocuparam escolas

DA REDAÇÃO

Alunos, professores e representantes do Comitê de Mães e Pais em Luta denunciaram nesta quinta-feira (2/6) à Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Relações Internacionais da Câmara Municipal de São Paulo que estudantes que participaram das ocupações das Etecs (Escolas Técnicas Estaduais) estão sofrendo represália das direções das instituições.

As Etecs foram ocupadas em maio por alunos que protestavam contra a precarização das escolas, os cortes na educação, o baixo salário de professores, a falta de refeições e o desvio da verba destinada para a compra de merenda. “Estão ocorrendo violações sistemáticas aos direitos humanos por parte das secretarias estaduais de Educação e Segurança no âmbito das escolas. Os estudantes que participaram dos protestos estão sofrendo ameaça de transferência compulsória e suspensão e alguns professores e diretores estão causando a animosidade entre os estudantes”, detalhou Luis Braga, do Comitê de Mães e Pais em Luta.

A professora da Escola Estadual Fernão Dias Paes, Dalva Aparecida Garcia, sinalizou para a falta de diálogo com os alunos. “As reivindicações dos estudantes começaram quando o Governo Estadual anunciou que faria uma reorganização escolar e a polícia chegou a bater em alguns dos alunos. Comecei a acompanhar as ações dos jovens e percebi que as ações estão sendo muito arbitrárias e que as direções das escolas estão mais comprometidas com a punição de atitude rebelde do que com o diálogo acerca da melhoria das escolas”, disse.

A estudante I.B.C.S, de 17 anos, estava no Centro Paula Souza quando policiais do Batalhão de Choque da PM entrou na unidade para cumprir a ordem de reintegração de posse. “Os policiais entraram sem nos mostrar o mandado e agiram de maneira violenta. O mesmo aconteceu em várias outras escolas e essas ações não estão sendo investigadas”, explicou.

O vice-presidente do colegiado, vereador Ari Friedenbach (PHS), criticou as medidas que estão sendo tomada contra os alunos. “Estamos colhendo as informações para a partir daí pensarmos nas ações. Vamos procurar a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa para explicar as denúncias que recebemos e encaminhar ao judiciário. Percebemos que o Estado está atuando sem nenhum embasamento na legislação e está autorizando essa truculência”, disse.

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