Covid-19: Capital começa campanha infantil e anuncia doses remanescentes para crianças sem comorbidades

IARA SILVA
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Iniciada na sexta-feira (14/1) em um ato simbólico pelo Governo do Estado, a campanha infantil de vacinação contra a Covid-19 na cidade de São Paulo está focando, nesta primeira fase, em crianças com comorbidades, deficiências e indígenas aldeadas. Nesta segunda (17/1), primeiro dia oficial da campanha, a Prefeitura anunciou que as doses remanescentes serão aplicadas também em crianças de 5 a 11 anos sem comorbidades.

O anúncio foi feito pelo secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, que explicou que os pais e responsáveis poderão cadastrar as crianças nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de referência no seu bairro. “Como a gente recebeu um lote pequeno de vacinas e a gente tem praticamente o dobro de crianças para serem vacinadas, vai acabar sobrando pouco. Mas, mesmo assim, a gente não pode correr o risco de perder qualquer dose”, explicou o secretário. Para o cadastro, deverão ser apresentados o comprovante de endereço e um telefone para convocação. As unidades de saúde entrarão em contato ao fim do dia.

Para as crianças que fazem parte do público prioritário, a imunização está acontecendo todos os dias em UBSs, das 8h às 19h. É necessário que o responsável maior de 18 anos apresente documentos de identificação da criança, carteirinha de vacinação, comprovante de condição de risco para os menores com comorbidades (exames, receitas, relatório ou prescrição médica físicos ou digitais, contendo o CRM do médico e com até dois anos de emissão) e comprovante da deficiência para os deficientes permanentes (laudo médico, cartão de gratuidade no transporte público, documentos comprobatórios de atendimento em centros de reabilitação ou unidades especializadas ou documento oficial de identidade com a indicação da deficiência).

A disponibilidade da vacina pediátrica pode ser acompanhada pela plataforma “De Olho na Fila”, que já é usada para consultar endereços, disponibilidade e movimento de postos de vacinação das doses para adultos.

Lista de comorbidades para vacinação de crianças de 5 a 11 anos:

  • Insuficiência cardíaca;
  • cor-pulmonante e hipertensão pulmonar;
  • cardiopatia hipertensiva;
  • síndrome coronarianas;
  • valvopatias;
  • miocardiopatias e pericardiopatias;
  • doença da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosa;
  • arritmias cardíacas;
  • cardiopatias congênitas;
  • próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados;
  • talassemia;
  • síndrome de Down;
  • autismo;
  • diabetes mellitus;
  • pneumopatias crônicas graves;
  • hipertensão arterial;
  • doença cerebrovascular;
  • doença renal crônica;
  • imunossuprimidos (incluindo pacientes oncológicos);
  • anemia falciforme;
  • obesidade mórbida;
  • cirrose hepática;
  • HIV.

Lista de deficiências permanentes para vacinação de crianças de 5 a 11 anos:

  • Física: limitação motora que cause grande dificuldade ou incapacidade para andar ou subir escadas;
  • Sensorial: indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de ouvir mesmo com uso de aparelho auditivo;
  • Visual: indivíduos com baixa visão ou cegueira. Considera-se baixa visão ou visão subnormal quando o valor da acuidade visual corrigida no melhor olho é menor do que 0,3 e maior ou igual a 0,05 ou seu campo visual é menor do que 20º no melhor olho com a melhor correção óptica (categorias 1 e 2 de graus de comprometimento visual do CID 10) e considera-se cegueira quando esses valores se encontram abaixo de 0,05 ou o campo visual menor do que 10º (categorias 3,4 e 5 do CID 10);
  • Intelectual: indivíduos com alguma deficiência intelectual permanente que limite as suas atividades habituais.

Mais sobre o novo coronavírus 1

De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta segunda (17/1), a capital paulista totalizava 39.689 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.660.745 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.

Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta última segunda (17/1), é de 56,2%.

Já a ocupação de leitos de enfermaria está em 63%. No Estado, a taxa de ocupação em UTIs está em 49,3% e em 54% em leitos de enfermaria. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.

Atuação do município

A Secretaria Municipal da Saúde divulgou, no último sábado (15/1), que todas as unidades de atendimento médico vão priorizar a testagem de Covid-19 e Influenza em pessoas em situação de risco. Com isso, o diagnóstico para Covid-19 e síndrome gripal passa a ser feito em maior parte de forma clínica. A secretaria justificou a ação com base na grande demanda nos atendimentos de síndrome gripal.

São considerados do grupo de risco as pessoas não vacinadas ou com apenas uma dose de vacina, gestantes e puérperas, com comorbidades a critério médico, profissionais de saúde e população em situação de rua. Nestes casos, o RT-PCR ou teste rápido antígeno serão realizados em quem apresentar dois ou mais sintomas gripais.

Mais sobre o novo coronavírus 2

A versão digital da carteira de vacinação para crianças de 5 a 11 anos já está disponível nos canais digitais do Poupatempo. O serviço já era usado por jovens e adultos vacinados. O comprovante pode ser acessado pelo aplicativo Poupatempo Digital e pelo portal www.poupatempo.sp.gov.br. Com a cor amarela, diferente da versão adulta, o comprovante infantil fica disponível na opção “Serviços > Vacinação Covid-19 > Carteira de vacinação”.

Pela carteirinha digital é possível visualizar informações sobre as doses, data da vacinação, profissional vacinador, nome e registro do local, fabricante e o número do lote da vacina aplicada. A ferramenta permite ainda baixar e fazer a impressão do comprovante, se necessário, e consta um QR Code que comprova os dados da vacinação da criança.

Ações e Atitudes

Um estudo de pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP, apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), revelou que o coronavírus pode ficar mais tempo do que o esperado no organismo.  De acordo com os dados, um paciente, que apresentou sintomas leves de Covid-19 por 20 dias, permaneceu por 232 dias com o novo coronavírus sendo detectado no organismo e sofrendo mutações. Sem acompanhamento médico constante, ele poderia ter disseminado o vírus por mais de sete meses.

E os especialistas alertam que esta não é a primeira vez que isso acontece. Um outro estudo de 2021 mostrou que o vírus se manteve ativo e presente em 25% dos casos analisados mesmo após o período estimado.

Para os responsáveis pelo estudo, estes casos comprovam que a melhor maneira de controlar o novo coronavírus ainda é o uso de máscara e evitar aglomerações. Se passado os 14 dias do teste positivo, o paciente não for testado novamente existe a possibilidade de ainda transmitir a doença.

Mais sobre o novo coronavírus 3

O Brasil completa nesta segunda-feira (17/1) um ano de campanha de vacinação contra a Covid-19. A primeira dose foi aplicada em uma enfermeira de São Paulo no dia 17 de janeiro de 2021 e, passado 12 meses, o país se aproxima do patamar de 70% da população com as duas doses. 15% já receberam a dose de reforço e cerca de 75% receberam pelo menos a primeira dose, segundo informações da Fiocruz.

Também nesta segunda, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um alerta para Estados e municípios sobre os procedimentos para a imunização da população contra a Covid-19, especialmente crianças e adolescentes. “Nós, do Ministério da Saúde, temos alertado acerca das questões relativas à segurança. É questão de compromisso com a aplicação adequada de vacinas e evitar possíveis efeitos adversos”, disse Queiroga motivado por um episódio ocorrido na cidade paraibana de Lucena, onde 40 crianças receberam imunizantes para adultos de forma errada.

A vacina contra a Covid-19 autorizada para crianças tem diferenças na dosagem, composição e concentração do principal componente, o RNA mensageiro. Na versão pediátrica, a dosagem é equivalente a um terço da vacina aplicada em adolescentes, a partir dos 12 anos, e adultos.

  • *Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta segunda-feira

*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus

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