Covid-19: Capital exigirá comprovante de vacinação para entrada em eventos e estabelecimentos comerciais

DANIEL MONTEIRO
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Nesta segunda-feira (23/8), a Prefeitura de São Paulo informou que vai disponibilizar os dados das pessoas imunizadas na capital paulista para comerciantes e organizadores de eventos por meio da plataforma e-SaúdeSP. A partir disso, será possível controlar a entrada de apenas pessoas vacinadas em eventos e estabelecimentos comerciais.

Com a medida, o monitoramento deverá funcionar da seguinte forma: os munícipes poderão baixar o aplicativo e-SaúdeSP, onde será disponibilizado um QR Code que passará por um leitor via totem, tablet e/ou computador nos estabelecimentos e eventos, para garantir que apenas pessoas vacinadas adentrem esses locais. Caso a pessoa não tenha acesso à plataforma e-SaúdeSP, ela deverá apresentar o cartão de vacinação físico.

A administração municipal destacou que os protocolos ainda estão sendo definidos e devem conter as penalidades para os estabelecimentos que, eventualmente, deixarem transitar em seu interior pessoas que não estiverem vacinadas. A ideia é que tudo esteja pronto no início da próxima semana.

A e-SaúdeSP (Plataforma de Saúde Paulistana) é uma criação da Secretaria Municipal da Saúde que visa facilitar o acesso e o registro das informações de saúde do cidadão paulistano. Concebida para integrar e disponibilizar todos os dados envolvidos no atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) no âmbito do município de São Paulo, o aplicativo possibilita que o cidadão registre diariamente suas informações de saúde, permitindo diferentes monitoramentos, como aferições de pressão e glicemia capilar, registro de peso, alergias e medicações de uso contínuo.

Além disso, o aplicativo reúne grande quantidade de informações úteis da saúde, como orientações oficiais da Secretaria Municipal da Saúde, armazenamento do histórico clínico do paciente e georreferenciamento para localização de unidades de saúde.

Atuação do município

A partir desta terça-feira (24/8), a Prefeitura de São Paulo irá iniciar uma busca ativa em unidades de ensino municipais e instituições que atendem jovens com comorbidades ou deficiência com idade acima de 12 anos e que ainda não tomaram a vacina contra a Covid-19.

A ação visa auxiliar a campanha de imunização contra a Covid-19 para os adolescentes de 12 a 15 anos de idade com deficiência permanente (física, sensorial ou intelectual) ou comorbidades, além de gestantes e puérperas dessa faixa etária, que começaram a ser vacinados nesta segunda-feira (23/8). São esperados 92.868 mil munícipes neste grupo.

No ato da vacinação, os adolescentes devem ser acompanhados pelos pais ou responsável. No caso de impossibilidade desse acompanhamento, é preciso ir com um adulto e apresentar autorização assinada por um responsável desse jovem.

Ainda sobre vacinação, a partir desta segunda-feira (23/8) o intervalo para o recebimento da segunda dose da vacina contra a Covid-19 poderá ser antecipado com as doses remanescentes nos postos de vacinação. A segunda dose será  aplicada a partir de 30 dias do recebimento da primeira dose para os imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca. Para a Coronavac, o intervalo mínimo é de 15 dias.

A aplicação de doses remanescentes está sujeita à disponibilidade ao final do dia em cada UBS (Unidade Básica de Saúde). Cada unidade deverá organizar uma lista de espera com os usuários de sua área de abrangência, que atendam aos critérios de intervalo entre as doses, com telefones para convocação do público interessado.

Pode se inscrever quem mora, estuda ou trabalha na região da unidade. Também é necessário apresentar comprovante de residência no município. As inscrições podem ser realizadas durante o horário de funcionamento das UBSs e o chamamento será realizado por ordem de inscrição.

Todas as informações sobre a campanha de vacinação contra a Covid-19 na capital paulista estão disponíveis no site Vacina Sampa.

Mais sobre o novo coronavírus 1

De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta segunda-feira (23/8), a capital paulista totalizava 36.715 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.400.024 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.

Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta segunda (23/8), é de 37,8%.

Já no último domingo (22/8), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 44%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

Mais sobre o novo coronavírus 2

Na manhã desta segunda-feira (23/8), foram entregues ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) mais 4 milhões de doses da Coronavac, vacina contra a Covid-19 produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Com o novo lote, o Butantan chega à marca de 78,8 milhões de imunizantes fornecidos ao Ministério da Saúde para a vacinação em todo o país.

O total de liberações já feitas representa 78% das 100 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde. A expectativa do Governo do Estado é de que até 31 de agosto seja concluída a entrega da totalidade das 100 milhões de doses da vacina do Butantan ao PNI, antecipando em 30 dias a data limite para o fornecimento das vacinas. Na sequência, a partir do dia 1º de setembro, deverão ser atendidos governadores e prefeitos que solicitaram a Coronavac para a complementação dos seus programas vacinais.

Mais sobre o novo coronavírus 3

No último sábado (21/8), pela primeira vez na pandemia, nenhum município do Estado de São Paulo atingiu o índice de 100% de ocupação das UTIs dedicadas à Covid-19. O marco histórico é atribuído ao avanço na vacinação e das medidas de prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus.

Em 30 de março de 2021, pico da segunda onda da pandemia, chegou-se a 87 o número de cidades com ocupação integral dos leitos de Terapia Intensiva. Naquele contexto, o número representava que 13% de todos os municípios de São Paulo estavam com a rede sobrecarregada.

Já no último domingo (22/8), foi identificado que 402 municípios paulistas não registraram novas mortes por Covid-19 na última semana, indicando que mais de 62% das cidades paulistas não tiveram vítimas da doença desde 15 de agosto. Esse número também é atribuído ao impacto positivo da campanha de vacinação. Além disso, 60 municípios não tiveram novos casos confirmados no período.

O balanço é superior ao identificado na comparação similar, realizada no intervalo de 28 de julho a 4 de agosto, que apontava 346 municípios sem novos óbitos naquela semana, e 31 sem novos casos.

Mais sobre o novo coronavírus 4

Publicado na última quinta-feira (19/8), a nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz confirma que, pela oitava semana consecutiva, foi observada redução do número de casos, internações e óbitos no país.

O documento aponta que houve um alívio relativo nos hospitais no decorrer das últimas semanas, com a redução das taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde), que vêm melhorando no país. A exceção é o Estado do Rio de Janeiro, que apresenta aumento no indicador pela terceira semana consecutiva, voltando a atingir o patamar de 70%, o que não ocorria desde meados de junho.

A taxa de mortalidade geral do Brasil diminuiu 0,9% ao dia, enquanto a taxa de incidência de casos de Covid-19 foi reduzida em 1,5% por dia. As maiores taxas de incidência foram observadas nos Estados do Centro-Oeste (Mato Grosso e Goiás e no Distrito Federal), Sul (Paraná e Santa Catarina) e alguns estados do Norte (Roraima e Tocantins). As maiores taxas de mortalidade foram verificadas também em Estados do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás), além do Paraná, Rio de Janeiro e Roraima.

Ao longo das SE (Semanas epidemiológicas) 31 e 32, período de 1 a 14 de agosto, verificou-se queda da incidência e mortalidade por Covid-19 em todos os Estados, com exceção do Rio de Janeiro, que sofreu alta abrupta no número de casos.

O estudo aponta ainda duas tendências preocupantes. Por um lado, permanece alta a circulação do vírus, o que é demonstrado pela positividade dos testes RT-PCR. Segundo observam os cientistas responsáveis pelo boletim, este cenário preocupa ao levar em consideração que a transmissão permanece alta e a variante Delta se encontra em circulação em vários municípios, com potencial de se disseminar.

Por exemplo, o cenário epidemiológico do Estado do Rio de Janeiro concentra vários casos identificados de Covid-19 em decorrência da variante Delta, além de sinalizar para o aumento da incidência de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Também apresentam indícios de SRAG/Covid-19 ao longo das últimas seis semanas o Rio Grande do Norte, Bahia e Paraná. Cerca de 98% dos casos de SRAG com confirmação positiva é por infecção do novo coronavírus.

A análise do cenário epidemiológico realizada pela Fiocruz defende a importância da aceleração da vacinação, do uso de máscaras e do distanciamento físico. Os pesquisadores do Observatório também afirmam que há uma retomada da circulação de pessoas nas ruas próximas ao padrão anterior à pandemia, devido a uma sensação artificial de que a pandemia acabou, contribuindo para um relaxamento das medidas de prevenção por parte das pessoas e gestores.

Os cientistas ainda observam que além da variante Delta, a retomada de crescimento de casos é reflexo de dois processos simultâneos. Sete meses após a aplicação da primeira vacina no país, entre a população adulta (18 anos ou mais), somente 32,2 % recebeu o esquema vacinal completo; 41,2% recebeu a primeira dose, mas ainda precisa receber a segunda; e, quase 30% da população de pelo menos 18 anos ainda não foram vacinadas, o que revela um progresso lento da cobertura vacinal.

Segundo o Boletim, diante deste quadro, é importante adaptar os serviços de saúde para a nova fase da pandemia no país, intensificando as ações de vigilância, testagem e rastreamento de contatos. É fundamental ainda reforçar ações de atenção primária à saúde, capazes de identificar casos que necessitem de cuidados intensivos, o que possibilita também a interrupção das cadeias de transmissão.

Especificamente sobre São Paulo, o Estado está fora da zona de alerta, assim como outras 20 unidades da federação. A capital paulista também está fora da zona de alerta, juntamente com outras 18 capitais.

Ações e Atitudes 1

Um modelo matemático sugere que, em regiões de prevalência da variante Delta do novo coronavírus, o intervalo entre doses da vacina contra a Covid-19 precisa ser mais curto do que doze semanas para que se tenha um controle efetivo da pandemia.

A ferramenta, desenvolvida pelo CeMEAI-USP (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria da Universidade de São Paulo), em São Carlos, utiliza dados preliminares da eficácia da vacina para a variante Delta e está descrita em artigo publicado na revista científica PNAS.

A tecnologia, criada pelo grupo Modcovid-19 com pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e da USP, projeta o tempo seguro e ideal entre doses para controle da pandemia a partir de dados de eficácia de vacinas. Ela mostra que vacinas com menos de 50% de eficácia na primeira dose precisam de um intervalo menor de aplicação do que vacinas com taxas de eficácia maiores.

Alimentada com estudos prévios sobre eficácia dos imunizantes, a tecnologia indica quando é possível adiar as doses e quando se atinge o máximo possível de proteção. Conforme explicam os desenvolvedores do modelo, o próprio algoritmo decide quando é melhor aplicar a segunda dose, levando em conta a primeira, de maneira a controlar o mais rápido possível a pandemia. Por isso, a ferramenta, que está disponível on-line, pode ajudar nas tomadas de decisão durante o processo de imunização da população brasileira e de outros países.

Ações e Atitudes 2

Um teste para diagnóstico da Covid-19 utilizando a técnica RT-Lamp (transcriptase reversa – amplificação isotérmica mediada por loop), um método mais acessível que pode ajudar a ampliar a cobertura diagnóstica, foi desenvolvida pela Plataforma Científica Pasteur-USP, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Curitiba.

Os pesquisadores mostraram, em artigo publicado na Scientific Reports, que o teste apresenta sensibilidade de 90% (capacidade de detectar casos positivos) e especificidade de 100% (capacidade de excluir casos negativos). Os poucos testes RT-Lamp disponíveis hoje no mercado chegam a, no máximo, 95% de especificidade.

Trata-se de um teste simples de reação colorimétrica, que pode ser feito por meio da coleta de saliva ou secreções da nasofaringe. As amostras são inseridas em pequenos tubos com reagentes de coloração rosa, que mudam de cor para amarelo na presença do novo coronavírus.

Apesar de também depender de reagentes importados, o Lamp custa um terço do valor do PCR, teste padrão ouro, e não exige equipamentos caros, sendo considerado uma boa estratégia para popularizar o diagnóstico. Os autores do estudo explicam que o que torna o PCR tão caro é o equipamento, que custa mais de R$ 200 mil – poucos laboratórios têm acesso. Já o Lamp pode ser feito em qualquer laboratório, até em escolas.

Diferente do RT-PCR, que utiliza um equipamento que necessita de diferentes temperaturas, o RT-Lamp é um teste isotérmico, feito em uma temperatura única. O resultado sai no mesmo dia ou no dia seguinte. Isso porque o PCR é uma reação mais sofisticada, que dura cerca de três horas. Ele precisa de três temperaturas (varia entre 90°C, 65ºC e 60°C) para fazer múltiplas cópias da fita de RNA. Já no Lamp, os primers são colocados em banho-maria a 65ºC e, em 30 minutos, já existem milhões de cópias. A partir daí, a solução muda de cor ao detectar a presença do vírus.

No entanto, a carga viral do paciente acaba sendo uma limitação: se a quantidade de vírus for muito baixa, o teste pode dar um resultado inconclusivo, gerando uma coloração laranja. Nesse caso, o teste deve ser repetido ou confirmado com um RT-PCR para evitar um falso diagnóstico. Os cientistas ressaltam que, no PCR, a partir do terceiro dia de infecção já é possível identificar o vírus. O Lamp deve ser feito a partir do quinto dia, para que haja carga viral suficiente para ser detectada.

*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta segunda-feira

*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus

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