CPI da Migração ouve representantes da comunidade boliviana

Luiz França / CMSP

Feirante Robert Wilson Teran Cayoja e o presidente do Instituto de Culturas e Justiça da América Latina e do Caribe, René Cesar Barriento, durante reunião da CPI da Migração


DA REDAÇÃO

Os bolivianos que participaram da reunião desta terça-feira (4/4) da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Migração sinalizaram para a necessidade de melhorias na tradicional feira da rua Coimbra, na região do Brás, centro de São Paulo.

De acordo com o presidente do Instituto de Culturas e Justiça da América Latina e do Caribe, René Cesar Barriento, o problema no local começou após a regularização da feira. “A rua está suja e não representa a cultura boliviana. Queremos que a CPI averigue todo o descaso. Que a nova gestão faça a revitalização da área e olhe para nós, imigrantes, como pessoas, e não como mercadoria”, argumentou.

O feirante Robert Wilson Teran Cayoja disse que após a regularização os usuários do espaço passaram a pagar uma taxa para poderem trabalhar, e que o dinheiro não era utilizado para manter a feira organizada. Segundo ele, o problema foi levado para a Secretaria municipal de Direitos Humanos e Cidadania. “A Secretaria sabia dos problemas e não fez nada. Queremos que a CPI investigue a verdade para que o imigrante tenha dignidade”, disse.

A presidente da ONG Presença da América Latina, Oriana Jara, discordou das acusações feitas por Barriento e Cayoja. “A CPI não deveria ser usada para ataques pessoais, e sim para investigar possíveis irregularidades ocorridas dentro do poder público. Os imigrantes passaram a ter leis e direitos na gestão passada e somos referência para todo o Brasil”, argumentou.

O ex-presidente da Assmppbol (Associação de Empreendedores Bolivianos da Rua Coimbra), Luís Vasquez Mamani, também criticou os comentários de Barriento e Cayoja. “A regularização da feira foi feita e esse era um sonho da comunidade. A Secretaria ajudou muito nossa comunidade. Eles não têm o direito de fazer essas denúncias sem fundamento”, acrescentou.

Os bolivianos foram convidados para prestar esclarecimentos à CPI após a aprovação de um requerimento do vice-presidente da Comissão, vereador Fernando Holiday (DEM). “Vamos recomendar à relatoria [vereador Fabio Riva (PSDB)] que os depoimentos sejam encaminhados para o Ministério Público e eles avaliem se é o caso de abrir um inquérito por extorsão e investigação quanto à improbidade administrativa e prevaricação”, disse.

O presidente da CPI achou importante a presença dos bolivianos e detalhou os importantes projetos realizados pela Secretaria de Direitos Humanos durante a gestão anterior. “A CPI tem a oportunidade de ouvir as diversas entidades de imigrantes. Nos anos da gestão passada, foram desenvolvidos centros de referência e acolhimentos para os imigrantes, cursos de capacitação profissional e de português. A reclamações apresentadas por alguns bolivianos foram contestadas. É importante que a administração possa melhorar as condições em que os bolivianos realizam suas feiras e festas tradicionais. A CPI quer fazer o melhor”, disse Suplicy.

A CPI aprovou 16 novos requerimentos. Dentre eles, convites para que Paulo Illies (ex-coordenador de políticas para migrantes da gestão anterior) e a atual secretária de Direitos Humanos, Patrícia Bezerra, sejam ouvidos pelos vereadores.

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