RenattodSousa/CMSP
Rodolfo Blancato
A Câmara aprovou nesta quinta-feira (27/6) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as planilhas do transporte público na cidade de São Paulo.
Na tarde de ontem, o plenário aprovou a criação de uma terceira CPI, mas ainda era preciso definir o tema da investigação. Entre os 20 requerimentos protocolados desde o início do ano, foi escolhido o proposto por Paulo Fiorilo (PT). Havia outros dois pedidos para investigar o transporte coletivo no município, de autoria dos vereadores Paulo Frange (PTB) e Ricardo Young (PPS).
Pelo regimento, as CPIs são escolhidas por ordem cronológica, a não ser que um requerimento de inversão seja aprovado pelo plenário. Como somente Fiorilo e Young fizeram o pedido, a escolha ficou entre as CPIs propostas pelos dois. O requerimento do petista venceu com 40 votos favoráveis, 11 contra e duas abstenções.
Apesar da derrota, o parlamentar do PPS considerou a aprovação da CPI um avanço. “Eu não estou frustrado, porque até anteontem nem a ideia de CPI estava sendo aceita pelo governo. A pressão popular, a pressão aqui da Casa fez com que a CPI se tornasse inevitável e necessária”, declarou Young após a votação.
Para ele, o PT apresentou um pedido de CPI próprio para garantir a presidência do colegiado, prevista no Regimento Interno. “É claro que o governo não quer ser controlado pela sociedade, quer manter o controle sobre CPI. E é isso que aconteceu.”
Já Fiorilo afirma que o pedido de Young era muito vago: “Uma comissão que investiga tudo não investiga nada”. Ele também negou que será uma “CPI chapa-branca”, como sugeriram membros da oposição.
“Não tem CPI chapa-branca. Essa é uma concepção, na minha opinião, que depõe contra o Parlamento”, reclamou o vereador. “Vocês vão acompanhar de perto o debate que vai ser feito, as pessoas que virão. Nós vamos fazer o debate em cima do que foi definido como objeto da CPI.”
Os membros da comissão foram indicados pouco depois da aprovação, respeitando a proporção partidária da Casa.
A reunião de instalação da CPI acontecerá nesta sexta-feira (28/6), às 10h, quando será definido o relator dos trabalhos. Embora o regimento da Câmara determine que a presidência da comissão pertence ao proponente, é possível que Fiorilo abra mão da posição em uma possível negociação entre os parlamentares.
Amanhã também será definido se a comissão funcionará durante o recesso parlamentar, que começa na próxima semana e dura o mês de julho.
(27/6/2013 15h52 atualizado às 17h39)
RenattodSousa/CMSP
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