CPI quer saber quem deu ordem para Sabesp não falar sobre crise hídrica

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Promotor Mauricio Ribeiro Lopes (primeiro à esq.) disse que pode ter havido crime de prevaricação   Foto: Luiz França / CMSP

KÁTIA KAZEDANI
DA REDAÇÃO

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que estuda o contrato entre a prefeitura e a Sabesp aprovou nesta quarta-feira (29/10) um ofício para que a presidente da companhia, Dilma Pena, esclareça de quem seria a orientação superior para que a empresa não alertasse a população sobre a necessidade de economizar água.

A presidente da Companhia fez a afirmação durante uma reunião da cúpula da estatal. De acordo com o áudio divulgado pela imprensa, Dilma dizia que anúncios deveriam pedir ao cidadão para economizar água.  Isso tinha de estar reiteradamente na mídia, mas nós temos de seguir orientação, nós temos superiores, e a orientação não tem sido essa. Mas é um erro, revelou.

Aprovamos esse requerimento para que ela (Dilma) esclareça qual foi a ordem e de quem partiu. Queremos que ela nos responda por escrito, explicou o presidente da CPI, vereador Laércio Benko (PHS). Ele ainda afirmou que a presidente da Sabesp poderia ter se recusado a cumprir essa ordem. A obrigação de um bom gestor público é fazer o que julga correto. Se ela recebeu ordens de algum superior, ela poderia não ter cumprido, ter denunciado essa pessoa ou pedir demissão. Agora a Dilma recebeu a pressão e fez o que achava errado, a propaganda estava leve, acrescentou.

Durante a reunião da CPI, o promotor Mauricio Ribeiro Lopes explicou que se de fato isso aconteceu, Dilma pode ter prevaricado ou cometido crime de improbidade administrativa. Sendo ela presidente de uma estatal e submetida ao interesse público, diante de uma ordem dessa haveria não apenas ato de prevaricação, mas uma eventual improbidade administrativa e isso seria objeto de investigação dos promotores da secretaria específica do patrimônio público e social, declarou.

Após os esclarecimentos, o relator da CPI, vereador Nelo Rodolfo (PMDB), adiantou que irá procurar o Ministério Público. Vamos preparar um ofício para saber se já existe alguma investigação para apurar a afirmação da Dilma, disse.

A equipe de reportagem do Portal da Câmara procurou a Sabesp, mas até o fechamento dessa matéria não houve retorno.

(29/10/2014 14h59)

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